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Moçambique espera acordos com Portugal de conversão de dívida em projetos de economia verde

“Há abertura. Há abertura de Portugal e de outros países da União Europeia e nós achamos que isto é extremamente importante, para poder desanuviar, por um lado, a pressão que temos ao nível do orçamento do Estado com o custo da dividas soberana, mas também, por outro lado, dar alguma folga ao nosso orçamento que nos possa permitir fazer mais investimentos e desenvolver Moçambique”, afirmou Daniel Chapo.
2 Julho 2025, 19h58

O Presidente de Moçambique diz que há abertura de Portugal para acordos de conversão de dívida soberana moçambicana em projetos de economia verde e que este será um dos temas a abordar na visita a Lisboa desta semana.

“Há abertura. Há abertura de Portugal e de outros países da União Europeia e nós achamos que isto é extremamente importante, para poder desanuviar, por um lado, a pressão que temos ao nível do orçamento do Estado com o custo da dividas soberana, mas também, por outro lado, dar alguma folga ao nosso orçamento que nos possa permitir fazer mais investimentos e desenvolver Moçambique”, afirmou Daniel Chapo.

O Presidente moçambicano falava à agência Lusa em Sevilha, onde participa na IV Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento das Nações Unidas.

Moçambique tem procurado nesta conferência, que arrancou na segunda-feira e termina na quinta, acordos para converter dívida em projetos verdes e, segundo Daniel Chapo, “há perspetivas” de acordos.

“Há conversas animadoras. Ainda não há uma resposta concreta ou um projeto concreto, mas o mais importante é que o mundo nesta conferência percebeu a mensagem”, considerou.

Depois de Sevilha, o Presidente de Moçambique segue para Lisboa, para uma visita oficial a Portugal em que se reunirá com os chefes de Estado e de Governo, Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro.

“A nossa ideia é continuar com essas conversações” relativas aos projetos verdes, no âmbito de acordos de conversão de dívida pública e do designado “crédito de carbono”, que pretende reduzir emissões poluentes globais, revelou.

Daniel Chapo realçou que Portugal “é um país irmão” com laços fortes de amizade, históricos, culturais e de cooperação com Moçambique, que ficaram patentes recentemente, nas celebrações dos 50 anos da independência moçambicana, em 25 de junho, nas quais esteve Marcelo Rebelo de Sousa.

“É um sinal muito forte da irmandade e da excelente cooperação entre Moçambique e Portugal. E queremos consolidar nesta nova perspetiva, dos fundos climáticos para a economia verde e também para a troca, na medida da possível, de dívida soberana ou estas questões relacionadas com crédito carbono”, afirmou o Presidente de Moçambique.

Para além desta questão, e de forma mais global, Daniel Chapo pretende com a visita que inicia na quinta-feira a Portugal estreitar as já “cada vez mais fortes” relações entre os dois países.

Portugal e Moçambique, afirmou, têm “uma história comum” e, mesmo “durante o processo colonial”, os dois povos partilharam um inimigo, que era “o regime fascista e ditatorial” português que caiu em 1974.

“Sempre fomos povos irmãos”, realçou Daniel Chapo, acrescentando: “Queremos estreitar cada vez mais as relações de amizade e cooperação e reforçar as nossas relações económicas, as nossas relações sociais, as relações políticas, de forma que possamos desenvolver Portugal, desenvolver Moçambique, desenvolver a nossa política e criar melhores condições de vida para os nossos povos.”

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