BlackRock só vê mais um corte este ano pelo BCE
A BlackRock prevê apenas mais um corte nas taxas de juro este ano por parte do Banco Central Europeu (BCE).
“No BCE, prevemos apenas mais um corte”, disse hoje André Themudo, líder da BlackRock Portugal, num momento em que a inflação já está em terrenos mais estáveis.
O responsável da maior gestora de ativos mundial disse que, para os EUA, a previsão é também de apenas mais um corte pela Reserva Federal norte-americana, contra os dois cortes descontados pelo mercado, afirmou num encontro com jornalistas em Lisboa.
Na quarta-feira, durante o Fórum BCE em Sintra, Mário Centeno disse que BCE não está com pressa para voltar a cortar nas taxas de juro depois de oito cortes no espaço de um ano.
Apesar de a inflação estar na sua meta de 2% – o que são “muito boas notícias” -, o BCE continua a analisar “todos os números” em cima da mesa e a avaliar todas as 20 economias da zona euro.
Assim, a situação atual “não significa que precisamos de ir a correr” para mais reduções das taxas de juros. “Precisamos de ver os dados, precisamos de ver os desenvolvimentos”, disse à “Bloomberg” durante a conferência anual do BCE em Sintra.
O governador do Banco de Portugal (BdP) termina o seu mandato poucos dias antes da próxima reunião do BCE.
O BCE cortou os juros em 200 pontos bases e Christine Lagarde já sinalizou que o alívio monetário está perto do fim e os investidores esperam uma pausa na reunião de 24 de julho.
Sobre o avanço de 14% do euro este ano face ao dólar, Mário Centeno sinalizou que vai “atrair mais investidores para a Europa. Vai aumentar o interesse no euro, o que é bom”.
O responsável também avisou que o fraco crescimento da Europa pode colocar em causa a meta da inflação de 2%, esperando para analisar os dados da produção do segundo trimestre.
Já Christine Lagarde disse que o objetivo do BCE de atingir a meta de 2% foi atingida. “Não diria missão cumprida, mas sim objetivo alcançado”.
No entanto, a líder do BCE disse que a economia europeia continua a “enfrentar muita incerteza e um risco crescente de fragmentação”, durante uma intervenção no Fórum BCE.
