A Associação Zero e a Quercus concordam com o imposto que oito países querem aplicar aos jatos privados e aos bilhetes premium.
Oito países, com o suporte da Comissão Europeia, (França, Espanha, Barbados, Quénia, Benin, Serra Leoa, Somália, Antígua e Barbuda), alcançaram um acordo, no âmbito da conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), que se realizou em Sevilha (Espanha), que prevê um imposto sobre os jatos privados e os bilhetes de primeira classe.
O presidente da Associação Zero, Francisco Ferreira, defende, ao Jornal Económico (JE), que o compromisso assumido em Sevilha “é apenas um começo”.
Francisco Ferreira considera que são precisas mais medidas que incidam sobre o setor da aviação e também sobre o uso de combustíveis fósseis.
Para Francisco Ferreira as emissões derivadas dos combustíveis fósseis “não estão a ter” o pagamento fiscal adequado face ao impacto que possuem no ambiente. Francisco Ferreira considera que no caso da aviação isso é ainda é mais flagrante tendo em conta que não estão presentes impostos como o ISP e o IVA.
A vice-presidente da Quercus, Sílvia Moutinho, também concorda com a aplicação do imposto, sublinhando que o transporte por jato privado é uma “questão de privilégio” e lembra que os impactos ambientais são bem maiores face a outras opções de transporte.
Sílvia Moutinho lembra, para demonstrar o impacto dos jatos privados, que um estudo da Greenpeace referia que na zona de Lisboa o trajeto em que se verificava um maior número de emissões era entre o aeródromo de Tires e o Aeroporto de Lisboa, local por onde passam os jatos privados.
A vice-presidente da associação ambiental salienta ainda que dados da Transport & Environment dizem que um voo de jato privado de uma hora emite tanto como uma viagem de carro de 500 mil quilómetros.
Sílvia Moutinho diz, apoiando-se no dados da Superinteressante, que os jatos privados são utilizados por 0,003% da população adulta mundial, acrescentando que os jatos privados emitem 10x mais emissões do que um passageiro num voo comercial. “Existe uma desproporção de impacto. Na linha do poluidor pagador devem ser taxados [os jatos privados]”, defende Sílvia Moutinho.
A vice-presidente da Quercus considera que o dinheiro angariado pelo impostos “deve compensar aqueles [países] que são prejudicados” com esses privilégios, e acrescenta que a Quercus considera que os jatos privados “não deveriam existir”, com exceção para situações como por exemplo os aviões usados para fins médicos.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com