O mercado português de fusões e aquisições (M&A, na sigla inglesa) fechou o primeiro semestre do ano em baixa acentuada no número de transações e no capital que estas movimentaram, excluindo a venda do Novobanco, a maior aquisição transnacional na zona euro em mais de uma década, que quando registada altera completamente os dados.
O número de transações caiu 23,99%, para 244, enquanto o valor transacionado desceu 38,09%, para 4,04 mil milhões de euros, segundo os dados da TTR Data para os primeiros seis meses do ano.
Isto contraria as expectativas dos agentes do mercado de que este seria um ano de recuperação, depois 2024 ter sido de quebra, de 9% no número de transações e de 13% nos montantes investidos.
Compra de ativos destaca-se
O segmento de asset aquisition (compra de ativos) foi o que esteve em maior destaque, pelo valor, com 1,89 mil milhões de euros movimentados, com 53 operações concluídas e outras oito em curso.
Segue-se o segmento de M&A, com 79 operações concluídas e 20 em curso, movimentando 954 milhões de euros. Depois private equity, com 21 operações concluídas e 11 em curso, movimentando 868 milhões de euros, e, finalmente, o segmento de venture capital, com 52 operações fechadas, que movimentaram 329 milhões de euros.
No segundo trimestre, o número de operações foi de 116, o mais baizo desde o início de 2023, que movimentaram 3,06 mil milhões de euros.
Tendo em conta, apenas, o mês de junho, o número de operações caiu de 55 para 36 (até 27 de junho), entre anunciadas e encerradas, enquanto os montantes envolvidos aumentaram de 894 milhões de euros para 1.250 milhões.
O retrato deste período piora quando entre as transações registadas está a aquisição da empresa líder global em embalagens de vidro para a indústria de cosmética e perfumaria de luxo Verescence pela Draycott, por 490 milhões de euros. É a maior transação de private equity realizada por um fundo de capital de risco português e contou com a participação adicional da Movendo Capital no coinvestimento.
Cuatrecasas, VdA e PLEN lideram
A Cuatrecasas Portugal lidera o ranking de assessores jurídicos nos primeiros seis meses do ano, com 20 operações, enquanto em valor o primeiro lugar é pertença da VdA e da PLEN, contabilizando um total de 490 milhões de euros cada, sendo que no primeiro caso se devem a seis transações e no segundo a apenas uma.
No ranking de assessores financeiros, por número de transações e valor lidera o Banco Bradesco BBI com duas operações registadas e 400,6 milhões de euros mobilizados em duas transações registadas.
As transações transfronteiriças estão em queda no subsetor de tecnologia e internet, com uma quebra de 57,8%, mas também nos fundos de private equity e venture capital estrangeiros a investir em empresas portuguesa, em que a descida foi de 35,7%.
A TTR Data regista que a aquisição de empresas portuguesas por norte-americanas aumentou 13,33%.
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