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Tributação do setor aéreo: “Taxas devem ser reinvestidas para descarbonizar”, defende diretor-geral da easyjet

José Lopes, diretor-geral da easyjet para Portugal, diz que a indústria tem de continuar a dar passos rumo à descarbonização e que mais taxas poderão ser positivas caso sejam usadas a 100% para tornar o setor mais limpo. “Taxar por taxar não faz sentido”, diz.
7 Julho 2025, 07h00

O diretor-geral da easyjet para Portugal, José Lopes, falou ao JE sobre a criação de uma aliança de oito países (entre eles França e Espanha) que querem avançar na tributação do setor aéreo, com a perspectiva de impor taxas aos jatos privados e aos passageiros que viajam em classes premium. A parceria, anunciada durante uma conferência da ONU sobre financiamento ao desenvolvimento, foi iniciada na cidade espanhola de Sevilha num esforço para mobilização de receitas para enfrentar os impactos das alterações climáticas.

“Todas as medidas que visem um esforço para a descarbonização são positivas. Mas dependerá sempre como essas taxas forem utilizadas. Se forem investidas a 100% em investigação e desenvolvimento, para que o setor se torne limpo, é positivo. Estaríamos a usar receitas para que a indústria resolva o seu problema. Se for taxar por taxar não faz sentido, é apenas arranjar a desculpa da sustentabilidade para angariar mais receitas”, diz o diretor-geral da companhia aérea, à margem da apresentação de seis novas rotas para Cabo Verde, anunciadas na quinta-feira passada na ilha do Sal.

Ainda no campo da sustentabilidade, o gestor destaca o enfoque da easyjet em trabalhar com empresas de desenvolvimento tecnológico, quer na área elétrica ou do hidrogénio, e a aposta em aviões novos e que consomem menos combustível. “Há um trabalho que tem de ser feito para chegarmos a 2050 e podermos dizer que a aviação é uma indústria limpa. O vital é que estas taxas sejam reinvestidas para descarbonizar o setor”, conclui.

Bagagem de mão

José Lopes comentou ainda o facto de as companhias aéreas membros da associação Airlines for Europe (da TAP à Ryanair ou easyJet) terem acordado uniformizar as medidas máximas da mala pequena gratuita a bordo da cabine dos aviões, que passam a ser de 40 x 30 x 15 cm. Descrita como objeto ou item pessoal, trata-se da mala, mochila ou saco que é normalmente colocado debaixo do assento à frente do passageiro. “A mala que permitimos de forma grátis é maior do que essa – 45x36x20, incluíndo pegas e rodas. Já estávamos à frente e não nos vamos reger por este padrão mínimo”, explica o diretor-geral da companhia aérea ao JE.

No entanto, o gestor explica que esta medida visa clarificar o mercado e é importante por dois motivos: a desconstrução tarifária, pois permite que os passageiros construam um produto adequado à sua forma de viajar, e a uma maior eficiência no embarque e desembarque. “Com os aeroportos europeus cada vez mais constrangidos é importante que as malas levadas para bordo não atrasem os respetivos voos. Na easyjet, os passageiros que precisem de mais peças de cabine têm produtos tarifários diferentes. Queremos oferecer um produto acessível e evitar entrar numa elipse de mais custos e que depois acabam por ser transferidos para os passageiros. Não queremos que a aviação volte a ser um artigo de luxo”, explica José Lopes.

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