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Operação Nexus: Casa da Música confirma buscas da PJ

“A Fundação Casa da Música prestou toda a colaboração e acesso à informação solicitada, não tendo havido lugar à realização de quaisquer outras diligências, nem relativamente à Fundação nem a qualquer elemento da sua equipa”, assegura a instituição.
10º – Fundação Casa da Música, 2006 – 115 milhões de euros
8 Julho 2025, 20h05

A Fundação Casa da Música recebeu hoje uma equipa de inspetores da Polícia Judiciária, no âmbito de uma investigação a procedimentos públicos aquisitivos de material informático e de cibersegurança, “visando um grupo empresarial nacional que se dedica à prestação de serviços e comercialização de hardware e software informático”, refere a empresa em comunicado.

Sem citar, a Fundação com sede no Porto refere-se à Operação Nexus, que investiga um alegado esquema criminoso para obtenção de informação privilegiada em procedimentos de contratação pública e privada.

“A Fundação Casa da Música prestou toda a colaboração e acesso à informação solicitada, não tendo havido lugar à realização de quaisquer outras diligências, nem relativamente à Fundação nem a qualquer elemento da sua equipa”, assegura.

No comunicado enviado às redações ao final da manhã, a PJ refere que foram efetuadas 103 buscas domiciliárias e não domiciliárias, em várias zonas do território nacional, em empresas privadas, designadamente de fornecimento e de comercialização de hardware e software informático, bem ainda como em pessoas coletivas públicas, em instituições de ensino secundário e superior público, em concessionárias de serviços públicos, em empresa de capitais exclusivamente públicos, em unidades de saúde, numa fundação de utilidade pública e numa agência de viagens.

Investigação sobre corrupção na compra de 20 milhões de euros em material informático levou DIAP Regional do Porto e Polícia Judiciária ao Banco de Portugal, à Reitoria da Universidade do Porto, à Universidade de Coimbra, à Casa da Música, à Brisa, à Via Verde e ao edifício sede do INEM.

Segundo 0 Observador, no centro da atividade criminosa estará uma empresa, a DecUnify, que se terá envolvido num conluio com outras empresas de modo a viciar o formato de contratação pública, que é obrigatório e que prevê a consulta a pelo menos três empresas.

A operação levou à detenção de seis pessoas esta terça-feira, na sequência de mais de uma centena de buscas realizadas pelas autoridades em todo o país. Os detidos são um membro da administração e três funcionários da empresa tecnológica e ainda um funcionário de empresa concessionária e um funcionário público.

No Portal Base, onde são publicados os contratos públicos, são encontradas 900 adjudicações (36 páginas de 25 registos cada) envolvendo esta empresa, em vários tipos de procedimentos.

Por exemplo, no Banco de Portugal foi adjudicada à DecUnify a aquisição de equipamentos e acessórios de videoconferência, por 49 mil euros, no âmbito de um concurso público, em novembro do ano passado; e um contrato de “Auisição de Bastidores e Réguas de Energia para Datacenter no Complexo do Carregado”, já em janeiro deste ano, no valor de 22,67 mil euros.

No caso da Casa da Música, encontra-se a “contratação de Serviços de implementação e integração de solução MSOffice365, Intune e XDR e instalação de 50 postos de trabalho com criação de imagem”, de 16,4 mil euros, por ajuste direto, em novembro de 2023.

Há também muitos contratos com universidades e escolas, mas também há contratos, por exemplo, com a APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo; com Municípios; com o Estado Maior da Força Aérea, com a Ordem dos Advogados, com empresas como Águas do Norte; com a Direção Geral do Tribunal de Contas; com hospitais; com a EPAL; entre muitas outras.

A DecUnify apresenta-se como empresa que implementa soluções tecnológicas que simplificam processos, poupam recursos e melhoram o retorno dos seus investimentos nas áreas de Data Center.

 

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