Polícia e juízes do Ministério Público fizeram uma rusga na sede do partido francês de extrema-direita Rassemblement National, apreendendo documentos e correspondência eletrónica numa operação de grande envergadura. Oficiais armados e funcionários judiciais apreenderam documentos, livros de contabilidade e correspondência eletrónica, no que o líder do partido, Jordan Bardella, disse ser uma “operação espetacular e sem precedentes… claramente parte de uma nova campanha de assédio”.
Nas redes sociais, Bardella, descreveu “um grave ataque ao pluralismo e à mudança democrática”. Depois de, inicialmente, dizer desconhecer as causas da rusga, disse entretanto que a operação tem como base acusações de empréstimos ilegais, nomeadamente a prática de alguns militantes de emprestarem dinheiro ao partido. No post, Bardella admite a existência destes empréstimos, feitos por “militantes, habitualmente idosos, que emprestam dinheiro ao partido à falta de bancos dispostos a fazê-lo”, mas refuta que isso configure um crime de “exercício ilegal da profissão de banqueiro”, dizendo que essa acusação é “uma farsa”.
Jordan Bardella, provável candidato do partido às presidenciais de 2027 perante a ilegibilidade da líder histórica do partido, Marine Le Pen, responde assim à acusação do Ministério Público de Paris, que disse que a operação fazia parte de uma investigação iniciada em julho do ano passado que tenta apurar se as campanhas de 2022 e 2024 foram financiadas por meio de “empréstimos ilegais de indivíduos ao partido ou aos candidatos do RN”.
A investigação também analisaria alegações de que o partido teria incluído faturas inflacionadas ou falsas nos seus pedidos de reembolso de verbas de campanha pelo Estado, informou o Ministério Público. A investigação envolveu “atos que podem constituir fraude, empréstimos que excedem as regulamentações de financiamento de campanha, lavagem de dinheiro agravada, falsificação e uso de documentos falsificados entre 2020 e 2024”, disseram os promotores em comunicado.
A investigação ocorre após um relatório do Parlamento Europeu alegar que o grupo parlamentar europeu Identidade e Democracia, que inclui eurodeputados do RN, da Liga italiana, da AfD alemã e outros partidos de extrema-direita, teria gasto indevidamente mais de quatro milhões de euros de verbas comunitárias.
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