[weglot_switcher]

Autoridades francesas fazem rusga na sede do Rassemblement National

Jordan Bardella, líder do partido da extrema-direita francesa e provável próximo candidato à presidência de França, denuncia uma campanha de perseguição e assédio contra as forças que representa.
epa11424730 French far-right Rassemblement National (RN) party President and lead MEP Jordan Bardella at the audition of candidates of legislative elections organised by French business confederation (Medef), in Paris, France, 20 June 2024. The French president announced on 09 June the dissolution of the National Assembly and called for new elections on 30 June and 07 July. EPA/Teresa Suarez
9 Julho 2025, 16h16

Polícia e juízes do Ministério Público fizeram uma rusga na sede do partido francês de extrema-direita Rassemblement National, apreendendo documentos e correspondência eletrónica numa operação de grande envergadura. Oficiais armados e funcionários judiciais apreenderam documentos, livros de contabilidade e correspondência eletrónica, no que o líder do partido, Jordan Bardella, disse ser uma “operação espetacular e sem precedentes… claramente parte de uma nova campanha de assédio”.

Nas redes sociais, Bardella, descreveu “um grave ataque ao pluralismo e à mudança democrática”. Depois de, inicialmente, dizer desconhecer as causas da rusga, disse entretanto que a operação tem como base acusações de empréstimos ilegais, nomeadamente a prática de alguns militantes de emprestarem dinheiro ao partido. No post, Bardella admite a existência destes empréstimos, feitos por “militantes, habitualmente idosos, que emprestam dinheiro ao partido à falta de bancos dispostos a fazê-lo”, mas refuta que isso configure um crime de “exercício ilegal da profissão de banqueiro”, dizendo que essa acusação é “uma farsa”.

Jordan Bardella, provável candidato do partido às presidenciais de 2027 perante a ilegibilidade da líder histórica do partido, Marine Le Pen, responde assim à acusação do Ministério Público de Paris, que disse que a operação fazia parte de uma investigação iniciada em julho do ano passado que tenta apurar se as campanhas de 2022 e 2024 foram financiadas por meio de “empréstimos ilegais de indivíduos ao partido ou aos candidatos do RN”.

A investigação também analisaria alegações de que o partido teria incluído faturas inflacionadas ou falsas nos seus pedidos de reembolso de verbas de campanha pelo Estado, informou o Ministério Público. A investigação envolveu “atos que podem constituir fraude, empréstimos que excedem as regulamentações de financiamento de campanha, lavagem de dinheiro agravada, falsificação e uso de documentos falsificados entre 2020 e 2024”, disseram os promotores em comunicado.

A investigação ocorre após um relatório do Parlamento Europeu alegar que o grupo parlamentar europeu Identidade e Democracia, que inclui eurodeputados do RN, da Liga italiana, da AfD alemã e outros partidos de extrema-direita, teria gasto indevidamente mais de quatro milhões de euros de verbas comunitárias.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.