O Monte Athos é uma espécie de Clube do Bolinha em versão monástica, onde membros do sexo feminino não entram.
Por esta razão, os relatos são exclusivamente masculinos, algo que parece não incomodar nenhum dos viajantes que por lá andaram. Mesmo que não tenha implicações na qualidade dos textos, este facto empobrece a literatura de viagens.
“A Estação”, de Robert Byron, um livro de 1928, um ano após a visita do autor, então com 22 anos, e três amigos aos mosteiros ortodoxos, foi agora publicado pela Tinta da China, com tradução de Raquel Mouta (na mesma editora já saíra “A Estrada para Oxiana”).
Byron era um grande admirador da civilização bizantina pelo que, facilmente, se deixa fascinar pelas especificidades desta religião oriental e pelo lugar em particular, onde o tempo tem tanto significado como os prazeres terrestres: nenhum. Recorde-se que esta península debruçada sobre o mar Egeu é um local paradisíaco, que alberga mosteiros desde o século X, alguns com frescos deslumbrantes.
Com o seu habitual sentido de humor, Byron, um dos escritores de viagens mais literatos, descreve com minúcia o quotidiano dos monges, os mosteiros e os seus tesouros, mas também as paisagens e a água cristalina onde se deleita em banhos prolongados, antes de partir para outras paragens na Grécia, como Atenas e o Peloponeso, sempre na esteira da herança bizantina, como Mystras, perto de Esparta, lugar arqueológico Património da Humanidade – aliás, tal como o Monte Athos.
Eis a sugestão desta semana da livraria Palavra de Viajante.
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