“O superávit da UE no comércio com os EUA não chega a representar 3% (50 mil milhões) dos 1.7 biliões que o comércio de bens e serviços entre estes dois blocos representa. O Presidente dos EUA escolheu olhar apenas para o comércio de bens, onde de facto os EUA têm um défice face à UE. Fá-lo porque acredita que pode assim forçar o regresso da indústria aos EUA. Mas esquece, propositadamente, o enorme superavite que os EUA têm face à UE nos serviços, designadamente os digitais. A globalização foi responsável por criar enorme riqueza pelo mundo fira e por tirar centenas de milhões de pessoas da pobreza. O seu regresso será mau para todos. Não vamos ter ganhadores. A Europa é o maior exportador e importador do mundo e tem assim de assegurar que reage adequadamente, de forma a não deixar o seu mercado, as suas pessoas e empresas, expostas a decisões unilaterais que vão prejudicar a todos. O mercado único, que está por cumprir é uma dos maiores ativos da Europa. Esperemos que estas tarifas sirvam para acelerar a criação do mercado único.”
A carta do Presidente dos EUA para a Presidente da Comissão aponta uma pista muito relevante – Trump recorda que as empresas Europeias podem escapar às tarifas se construírem fábricas nos EUA e que, Trump promete, a aprovação desses licenciamentos poderiam acontecer “em semanas”, algo que o Relatório Draghi sinaliza é uma das falhas da UE – a nossa burocracia torna-nos demasiado lentos. Esta é outra área que a Presidente Von der Leyen e os 27 estados membros têm de endereçar urgentemente. Não com promessas, nem com novos pacotes burocráticos, mas com decisões e ações imediatas. A UE tem de acordar.
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