O sindicato dos trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) emitiu um pré-aviso de greve para o 1º de Maio para todos os trabalhadores do Pingo Doce, do grupo Jerónimo Martins, que irão assinalar o Dia do Trabalhador com acções de luta por todo o país. Trabalhadores reivindicam a revisão do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) e o encerramento do comércio no 1.º de Maio.
“O pré-aviso de greve foi emitido no dia 16 de abril”, revelou ao Jornal Económico Luis Ventura, porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviço de Portugal (CESP), filiado na CGTP-IN.
O CESP dá conta da adesão “significativa” dos trabalhadores do Pingo Doce da loja da Estrada da Luz à greve agendada para o passado dia 28 de Março. Explica ainda que, em piquetes à porta da loja, os trabalhadores procuraram transmitir aos clientes os problemas ali existentes, nomeadamente os baixos salários, os horários desregulados, a precariedade laboral e a “repressão/intimidação que a gerente de loja tenta exercer sobre os trabalhadores”.
A organização sindical sublinha, em comunicado, que “o Pingo Doce lida mal com os direitos dos trabalhadores”, acusando a empresa de ter chamado funcionários de outras lojas para substituir os que estavam em greve na da Estrada da Luz e de estar agora a proceder à transferência para outras lojas dos trabalhadores que aderiram à greve.
Para o CESP, trata-se de uma “retaliação por terem aderido à greve”, acrescentando que, se “não existe nada escrito que o comprove”, a razão é dada a entender aos trabalhadores “de “boca”” e “não é a primeira vez” que acontece na empresa.
O sindicato critica este “comportamento”. E conclui: “só vem confirmar aquilo que o CESP já diz há muito tempo: a empresa não valoriza nem respeita os trabalhadores, aqueles que fazem com que a empresa tenha milhões e milhões de lucros por ano”.
Recorde-se que no dia 1 de maio de 2012, os supermercados Pingo Doce lançaram uma campanha agressiva de descontos para o Dia do Trabalhador, oferecendo descontos de 50% em todas as compras acima dos 100 euros. Uma campanha que levou milhares às compras, esvaziou as prateleiras das lojas e levantou muita polémica, acabando, no entanto, por marcar uma mudança na estratégia do Pingo Doce. Até então, a sua aposta era nos preços fixos. Desde então, a cadeia de supermercados da Jerónimo Martins tem apostado sobretudo em descontos imediatos e promoções.
A lista de reivindicações
Na lista de reivindicações dos trabalhadores do Pindo Doce está o aumento dos salários de todos os trabalhadores e o fim efectivo da Tabela B; bem como a promoção automática do operador de armazém até ao nível de operador especializado e o encerramento do comércio no 1.º de Maio.
Na lista de reivindicações juntam-se ainda os horários regulados que permitam a conciliação com a vida pessoal e familiar e respeitem o CCT, o fim do Banco de Horas e ainda o respeito pelos direitos de maternidade e paternidade, nomeadamente o direito dos trabalhadores com filhos até 12 anos terem horários flexíveis.
“Fim da pressão, repressão e ritmos de trabalho desumanos e contratação de mais trabalhadores” são apontadas como outras reivindicações, além do “fim da precariedade, garantindo que a um posto de trabalho permanente corresponde um trabalhador com contrato sem termo” e do “fim da injustiça, subjectividade e discriminações nas avaliações anuais e na atribuição dos prémios”.
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