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O Lusitano é um dos mais belos cavalos do mundo e vale um milhão

Montado há cinco mil ano anos, o Puro-Sangue Lusitano é o cavalo de sela mais antigo do mundo e o preço varia entre os 15 mil e o milhão de euros. Há perto de 70 mil exemplares espalhados por 32 países.
18 Julho 2025, 08h36

Estes métodos são importantes para preservar a raça de origem portuguesa e colocar os cavalos no Livro Genealógico.
O Puro-Sangue é muitas vezes considerado pelos especialistas como um dos mais belos cavalos do mundo e, claro, um dos mais valiosos no mercado. Com uma altura ideal de 1,60 metros, o preço deste cavalo pode variar entre os 15 mil euros e um milhão de euros. Este ano, no leilão anual da Coudelaria de Alter do Chão, o cavalo mais caro foi licitado por 18.400 euros, tendo sido vendido para a Alemanha. Há vários fatores que contribuem para esta variação de preços, desde já a idade do cavalo, a genealogia e a sua aptidão.

Valorização
O estudo “A Economia do Cavalo em Portugal”, apresentado no Horse Economic Forum, revela um forte impacto social e territorial do setor equestre, especialmente em zonas de baixa densidade populacional. “Mais de 70% dos 92 mil postos de trabalho ligados à fileira equestre situam-se em territórios rurais, contribuindo diretamente para a fixação da população jovem, a inclusão social e a coesão do país”. “O cavalo é hoje uma ferramenta de inclusão, cultura e desenvolvimento local. Em Alter, vemos como ele transforma vidas, cria emprego e atrai talento jovem”, afirma Francisco Miranda, presidente da Câmara Municipal de Alter do Chão.

O estudo revela ainda que mais de 3.600 pessoas frequentam anualmente programas de formação universitária e profissional ligados à atividade equestre, gerando oportunidades de qualificação e empregabilidade em áreas como o desporto, o turismo e a saúde. Em paralelo, cerca de dois mil beneficiários participam anualmente em programas de hipoterapia, distribuídos por oitenta centros equestres certificados, com impacto positivo comprovado na saúde física, emocional e social de crianças, jovens e adultos com necessidades especiais.

Alexandre Real, responsável pela organização do HEF, afirmou ao Jornal Económico que este evento se iniciou por existir uma lacuna no mercado. “Não tínhamos nenhum evento que abordasse a economia do cavalo em toda a sua cadeia de valor, ou seja, desde as ferraduras aos transportes, à saúde, ao bem-estar”. “Este evento promove a economia do cavalo, que tem imensas coisas a sua volta, mas que ainda é pouco conhecida para o resto do país”, acrescentou.

As duas primeiras edições do evento serviram de “diagnóstico”, tendo sido relevante a apresentação dos dois estudos sobre esta economia, que permitiu dar a conhecer o valor que esta movimenta, 2,7 mil milhões de euros, e o respetivo impacto direto, na ordem de 1,5 mil milhões de euros.

“Portugal ainda tem muito para crescer neste setor”, afirma Álvaro Dias, o coordenador do estudo.
Tendo Portugal três grandes pólos (Golegã, Ponte de Lima e Alter do Chão) ligados a este animal, é importante que se crie uma dinâmica para o crescimento deste setor. “Temos mercados diferentes, o aficionado, que são as pessoas que praticam ou estão muito ligadas ao cavalo, e os turistas. Tem de existir uma abordagem de comunicação para segmentos diferentes que querem saber coisas diferentes”, diz Álvaro Dias. “Muitas vezes, Portugal é vendido como praia e sol, mas isso há noutros lugares. O mesmo não se pode dizer em relação ao Lusitano”, salienta.

Com mais de 480 eventos equestres organizados por ano, o setor fortalece os laços comunitários, atrai visitantes e projeta internacionalmente a identidade portuguesa. O reconhecimento da arte equestre portuguesa como Património Imaterial da Humanidade, em 2024, veio reforçar esta projeção.

Uma das soluções que o coordenador apresenta para melhorar a saúde desta economia são os incentivos. “Há muitos subsídios, há muito dinheiro europeu a chegar, e se calhar era preciso desenhar um plano mais específico para este tipo de empresas”, declara.

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