“Centeno? Nunca se deve sair de um Governo para o BdP”, realça Leitão Amaro
O Governo não reconduziu Mário Centeno no cargo de Governador do Banco de Portugal porque considera que Álvaro Santos Pereira é melhor para assumir essa função, de acordo com revelação de António Leitão Amaro, ministro da Presidência, na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros.
Além disso, o governante deixou o recado: “Nunca se deve sair de um Governo para o Banco de Portugal”, enfatizou, referindo-se ao facto de Mário Centeno ter saído cargo de ministro das Finanças diretamente para Governador do Banco de Portugal.
Luís Montenegro escolheu Álvaro Santos Pereira para conduzir os destinos do Banco de Portugal nos próximos cinco anos, de acordo com revelação de António Leitão Amaro, ministro da Presidência, esta quinta-feira.
Este é o nome que o Governo vai propor ao Parlamento e o nome de Álvaro Santos Pereira terá de ser confirmado pelo hemiciclo, para depois se tornar efetiva esta escolha para novo Governador do BdP.
“Agradecemos o exercício da função por parte de Mário Centeno e respeitamos o seu mandato. Respeitamos e preservamos essa independência. Não foi escolhido porque escolhemos alguém que é melhor para o cargo. Serve melhor os objetivos do que deve ser um banco central. Álvaro Santos Pereira é melhor escolha porque é independente, não vem de dentro do banco nem de nenhum Governo”, destacou Leitão Amaro sem se querer pronunciar sobre outros nomes que foram referidos para Governador do Banco de Portugal.
“Em Portugal já tivemos Governadores com experiência governativa e outra coisa é um Governador que sai do Governo. Santos Pereira foi ministro há mais de uma década e não pertence a nenhum partido político”, referiu.
Para Leitão Amaro, “o teste de independência política é a saída direta de um governante para um cargo destes. Não se deve sair do Governo para um banco central, mesmo que haja uma pausa curta, e até temos bons economistas no Executivo”.
Álvaro Santos Pereira foi ministro da Economia e do Emprego de 2011 a 2013, no Governo de Pedro Passos Coelho (PSD/CDS-PP) e é atualmente o economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
