O Grupo Parlamentar da Assembleia da República entregou ontem na Assembleia da República um projeto de resolução que propõe a criação da Rede Nacional de Museus da Resistência e também a instalação do Museu da Resistência e Liberdade no Porto.
Mais concretamente, os deputados bloquistas propõem que a Assembleia da República recomende ao Governo que faça o seguinte:
“Ainda em 2008, a Assembleia da República aprova a Resolução 24/2008 – ‘Divulgação às futuras gerações dos combates pela liberdade na resistência à ditadura e pela democracia’, onde se defende a criação de espaços musealizados em várias zonas do país no sentido de preservar a memória da luta contra o fascismo e ainda a promoção de eventos como roteiros nacionais e atividades educativas relacionadas com o tema. Esta Resolução da Assembleia da República foi aprovada por unanimidade”, começa por se recordar no projeto de resolução.
“Passados mais de 10 anos da aprovação da Resolução 24/2008, demos passos concretos para a materializar. O Museu do Aljube – Resistência e Liberdade é hoje uma realidade, um museu municipal dedicado à memória do combate à ditadura e à resistência em prol da liberdade e da democracia. A abertura do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, em Peniche, será outro passo importantíssimo para manter viva a memória desses anos e valorizar a vitória sobre a repressão da ditadura. Estamos hoje mais perto de poder ligar a ação destes espaços museológicos para uma articulação em rede que garanta a divulgação da memória histórica, bem como abrir espaço para mais investigação sobre este período”, prosseguem os deputados do BE.
“Contudo, há uma ausência que deve ser colmatada”, sublinham. “A memória das lutas no norte do país não tem ainda um espaço museológico adequado, algo que pode ser colmatado com a utilização das instalações da antiga delegação da PIDE/DGS do Porto para receberem um novo museu dedicado à resistência antifascista no Porto, o Museu da Resistência e Liberdade”.
“Esse novo Museu deve ser criado no edifício da antiga PIDE/DGS no Porto, honrando a memória e a luta dos mais de 7.000 resistentes à ditadura que ali foram presos e torturado pela polícia política do Estado Novo”, defendem os bloquistas. “O edifício alberga hoje o Museu Militar do Porto, uma situação que não encontra sustentação histórica e que tem vindo a impedir desenvolvimento de projetos museológicos tanto sobre a história da resistência antifascista no Porto, como da própria história militar”.
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