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Visabeira prepara entrada em bolsa das operações no norte da Europa

Grupo sediado em Viseu tem em carteira encomendas superiores a 2,5 mil milhões de euros, em França e norte da Europa.
28 Abril 2019, 09h00

A Visabeira está a estudar a possibilidade de colocar em bolsa o seu negócio de infraestruturas de telecomunicações em França e outros países europeus, que é responsável por cerca de um terço da faturação do grupo liderado por Fernando Campos Nunes, apurou o Jornal Económico. A Initial Public Offering (IPO)  poderá ter lugar dentro de dois a três anos, estando por decidir se a operação terá lugar na bolsa de Lisboa ou de Paris.

As empresas do grupo em França, na Bélgica, na Alemanha, Itália e Dinamarca estão integradas numa subholding denominada Visabeira Global, que concentra os negócios internacionais do conglomerado sediado em Viseu, nos setores das telecomunicações, energia, infraestruturas e construção. A colocação em bolsa tem como objetivo levantar capital para financiar a expansão nestes países, onde o grupo mantém contratos com empresas como a operadora de telecomunicações francesa Orange.

Ao que o Jornal Económico apurou, a eventual escolha da praça parisense para abrir o capital explicar-se-á com o peso crescente do mercado francês no negócio da Visabeira. Em 2017, as empresas da Visabeira no centro de norte da Europa  contribuiram com 207 milhões de euros para o volume de negócios do grupo, que em termos globais ascendeu a 638 milhões. Segundo a informação que consta do site do grupo, o peso crescente dos mercados europeus “evidencia a aposta nesta centralidade como um fator chave para a estratégia de crescimento no setor das telecomunicações”.

Por outro lado, em Paris será mais fácil angariar capital para investimento em infraestruturas, no entender da Visabeira.

Angola e Moçambique ficam de fora da bolsa

Nos mercados externos, para além de França, os países com maior peso no volume de negócios da Visabeira são Angola e Moçambique, mas estes negócios deverão ficar de fora do IPO, sabe o Jornal Económico.

No total, a Visabeira Global é responsável por 71% do volume de negócios do grupo. Mas o conglomerado tem outras duas subholdings, que operam em várias áreas de atividade.

A Visabeira Indústria, que representa 20% da faturação, inclui a emblemática fabricante de cerâmica Vista Alegre, entre outros negócios. Por sua vez, a Visabeira Turismo, que concentra vários investimentos no setor hoteleiro, na restauração, no imobiliário e nos serviços, faturou 35 milhões de euros em 2017.

Até ao fecho, não foi possível obter comentários de fonte oficial da Visabeira.

Artigo publicado na edição nº 1984, de 12 de abril, do Jornal Económico

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