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Espanha à espera do novo Governo: que empresas mais perdem com as possíveis coligações?

De acordo com os programas eleitorais de PSOE, Ciudadanos e Podemos, estas são as empresas que poderão ser mais afetadas por uma solução governativa a solo ou a dois.
30 Abril 2019, 07h41

A analista de mercados IG indica que o setor das infraestruturas poderá ser um dos maiores beneficiados, caso o PSOE opte por governar sozinho. De acordo com o último orçamento chumbado no parlamento, o PSOE destinava 973 milhões de investimento em infraestruturas, o que se traduziria num aumento de 26% relativamente ao ano anterior, com foco especial na melhoria das estruturas rodoviárias. Neste sentido, as empresas que poderiam ser mais favorecidas neste setor seriam a ACS, Ferrovial, OHL, Empresarial San José, FCC e empresas similares.

Entre os setores que à partida poderão ser mais beneficiados estará também o farmacêutico. A proposta de eliminar a co-pagamento de medicamentos pode-se traduzir num aumento da procura o que pode ajudar a melhorar os resultados das empresas, sobretudo daquelas que dispõem de genéricos na sua oferta, como a Admirall ou a Faes Farma.

Por outro lado, as empresas que podem, em teoria, ser mais prejudicadas pela vitória dos socialistas espanhóis estão nos setores da banca e nas elétricas. O PSOE pretende agravar o imposto sobre as transações financeiras e estabelecer um nível máximo de impostos sobre estas empresas superior a outros setores.

Por outro lado, a subida do preço dos hidrocarbonetos poderá provocar a procura por diesel, de forma que isto pode prejudicar as petrolíferas como a Repsol.

E se o PSOE se entender com o Podemos?

Os investidores consultados pela IG apontam que as medidas do Podemos também beneficiam as farmacêuticas já que do seu programa faz parte a medida para ampliar o número de medicamentos financiados pelo Estado assim como consta a intenção de ampliar as ajudas à investigação.
As renováveis também podem sair beneficiadas uma vez que o Podemos pretende que as energias limpas tenham um peso cada vez maior na redução de CO2. Assim, a Siemens Gamesa, Solaria, Audax Renovables, entre outros, assim como Acciona que pode assim apostar na construção suportada em energias renováveis.
Caso os socialistas se entendam com o Podemos, a banca e as elétricas também podem ser prejudicadas. No caso da banca, o Podemos propõe introduzir o designado “imposto de solidariedade” que, de acordo com os investidores, pode afetar negativamente os resultados dos bancos como o Santander, BBVA, Bankia, CaixaBank, etc.

 

E se o PSOE se entender com o Ciudananos?  
Caso os socialistas se entendam com o Ciudananos, as farmacêuticas podem sair beneficiadas pela proposta de ampliar o número de medicamentos financiados pelo Estado e o aumento das ajudas à investigação. Neste caso, as petrolíferas teriam alguma trégua devido ao facto deste partido ter no seu programa a redução da dependência energética do exterior apostando nas petrolíferas locais, algo que irá beneficiar a Repsol.

Tal como num possível acordo com o Podemos, também a banca e as elétricas podem sentir mais dificuldades. O Ciudadanos aposta em monitorizar a atividade dos bancos de uma forma mais efetiva com comissões dos cartões mais baixas e uma revisão da comercialização dos produtos bancários (o que pode afetar o Bankinter, Sabadell e o Bankia)

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