Três analistas consultados pela Bloomberg – do CaixaBank BPI, do Keefe, Bruyette & Woods e do Deutsche Bank) estimam que o BCP apresente logo lucros que oscilam entre 98 milhões (estimativa mais baixa) e os 114 milhões de euros (estimativa mais alta). Isto dá uma média de 108,7 milhões de euros de lucros, o que representa um aumento de 27% face ao valor alcançado no primeiro trimestre de 2018 (85,6 milhões de euros).
As estimativas oscilam entre os 98 milhões de euros do analista do Deutsche Bank (Ignácio Ulargui) e os 114 milhões de euros esperados pelo analista Carlos Peixoto do Caixabank BPI.
Miguel Maya deverá apresentar uma redução do stock de crédito malparado no trimestre e uma redução do custo do crédito (menores novas entradas em imparidades no trimestre). Na apresentação de resultados anuais, o CEO do banco recusou antever vendas de carteiras de NPE para 2019. “Nós vendemos carteiras de NPE superiores a mil milhões, mas o nosso compromisso é com a redução dos NPE, e vamos cumprir. A forma como se lá chega analisaremos a cada momento, e a venda de carteiras é um dos instrumentos”, disse na altura.
O total dos créditos NPE vendidos em 2018 foram de 730 milhões dos quais 49,4 milhões foram as menos-valias registadas com essa venda, explicou o CEO.
O banco anunciou que vai levar à assembleia-geral uma distribuição de dividendos no rácio de 10% dos lucros obtidos em 2018, o equivalente a cerca de 30 milhões de euros. Isto dá a distribuição de um dividendo bruto de 0,002 euros por ação.
O banco vai ainda levar à assembleia de acionistas a distribuição de resultados no montante de 12.587.009 euros (12,6 milhões de euros) pelos colaboradores.
Esta distribuição surge no âmbito do processo de compensação pela redução de salários acordada ao abrigo do Acordo Coletivo de Trabalho, “conforme redação publicada em 29 de março de 2014, no Boletim do Trabalho e Emprego nº 12”.
Os cortes salariais, de entre 3% e 11% no BCP, foram aplicados sobre os salários mensais brutos acima dos 1.000 euros, em 2014, e ocorreram depois da injeção estatal de 3 mil milhões de euros através dos instrumentos financeiros que poderiam vir a transformar-se em ações (os denominados CoCos).
No verão de 2017, depois da entrada da Fosun para o capital, o BCP conseguiu pagar a totalidade dos CoCos e então os cortes foram anulados. O BCP deixou então o compromisso de devolver no futuro o equivalente aos montantes cortados naqueles anos.
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