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Donald Trump anuncia reunião com Lula da Silva na próxima semana

“Combinamos encontrar-nos na semana que vem” disse o chefe de Estado norte-americano, durante a sua intervenção no debate de alto-nível da 80.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, que hoje arrancou em Nova Iorque.
23 Setembro 2025, 18h00

O Presidente dos Estados, Donald Trump, anunciou hoje que vai reunir-se na próxima semana com o seu homólogo brasileiro, Lula da Silva, com quem mantém uma disputa diplomática.

“Combinamos encontrar-nos na semana que vem” disse o chefe de Estado norte-americano, durante a sua intervenção no debate de alto-nível da 80.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, que hoje arrancou em Nova Iorque.

Donald Trump, que discursou logo a seguir a Lula da Silva, disse ter encontrado o chefe de Estado brasileiro nos corredores das Nações Unidas, entre os discursos, e que tiveram uma “excelente química”.

“Vimo-nos, ele viu-me, e abraçámo-nos”, revelou Donald Trump, perante os representantes dos países membros da ONU, entre os quais se encontrava Lula da Silva, acompanhado da delegação brasileira.

“Eu só faço negócios com gente que gosto. Quando eu não gosto, não gosto. Mas, por 39 segundos, nós tivemos uma ótima química e isso é um bom sinal”, frisou.

Ainda assim, antes dos elogios, Trump disse que “o Brasil enfrenta tarifas pesadas em resposta aos seus esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades”, através da “censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos”.

Já Lula da Silva, que discursou antes do Presidente norte-americano, disse que a “agressão contra o poder judiciário é inaceitável”, numa referência à atuação de Washington para com o Brasil.

“Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia reconquistada há 40 anos pelo seu povo depois de duas décadas de governos ditatoriais”, disse, Lula da Silva, numa referência à condenação a 27 anos e três meses de prisão do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, no dia 11 de setembro, por atentar contra o Estado Democrático de Direito.

Numa alusão direta ao comportamento dos Estados Unidos durante o julgamento, Lula da Silva sublinhou ainda que “não há justificativa para as medidas unilaterais e arbitrárias contra” as instituições e economia brasileira.

Os Estados Unidos impuseram na segunda-feira novas sanções a brasileiros, desta vez à mulher do juiz Alexandre de Moraes, relator do processo contra Jair Bolsonaro e ainda à empresa da qual Viviane Barci e os filhos são sócios.

Esta ação acirrou ainda mais o conflito diplomático entre os dois países devido à condenação do ex-Presidente brasileiro aliado político do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vê o julgamento como uma “caça às bruxas” contra Jair Bolsonaro e que, por essa razão, aplicou tarifas de 50% a vários produtos brasileiros.

“Falsos patriotas que arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil”, disse ainda Lula da Silva, referindo-se a Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos e que na segunda-feira foi acusado pela sua atuação junto do Governo norte-americano para que fossem impostas sanções contra o Brasil e autoridades do poder judicial.

“A nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como uma nação independente e como um povo livre de qualquer tipo de tutela”, reiterou Lula da Silva, garantindo que “não há pacificação com impunidade”.

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