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Mais mulheres a viajar sozinhas e hotéis sustentáveis. Como está a mudar o turismo

Um estudo da consultora norte-americana Oliver Wyman concluiu que os impactos ambientais do turismo estão a levar os millennials a preferir opções mais ‘verdes’. Segundo a mesma análise, mais de 25% das mulheres da geração Y já foram “solo travelers”.
Cristina Bernardo
13 Maio 2019, 07h38

A sustentabilidade e as viagens a solo são duas das principais tendências que estão a marcar o turismo a nível mundial, concluiu o estudo “The Experience Revolution – What matters for the future of tourism”, elaborado pela consultora norte-americana Oliver Wyman. Com base em dados da Nielsen, este relatório lembra ainda que 73% dos millennials está disposto a pagar mais por uma marca sustentável e esta preferência está a refletir-se na opção pelo turismo sustentável e pelo ecoturismo, por exemplo.

A análise da Oliver Wyman e da alemã IPK International demonstram que, em 2017, 25% dos turistas sentiram que o destino para o qual se dirigiram estava superlotado e 10% admitiu mesmo que o facto de sentirem que havia gente a mais afetou a qualidade da sua viagem. Logo, os viajantes acabam por ganhar gosto por esta “forma de turismo que tem em consideração os seus impactos económicos, sociais e ambientais (atuais e futuros), abordando as necessidades dos visitantes, da indústria, do ambiente e das comunidades anfitriãs”, citando a definição da Organização Mundial do Turismo.

Os especialistas da consultora referem que “as empresas e os governos estão a começar a agir positivamente, virando-se para o turismo sustentável”. Na sua opinião, essa mudança traduz-se “num compromisso de reduzir o consumo, de transformar as operações para alcançar objetivos, de reforçar controlos para acompanhar o desempenho, de procurar credibilidade por meio de acreditação e de desenvolver inovações disruptivas”. E apresentam exemplos:

Impacto do turismo no ambiente

  • Uso de água: 590 litros gastos por quarto ocupado diariamente nos hotéis dos EUA (2015)
  • Uso de energia: 75 kWh utilizados por quarto ocupado diariamente nos hotéis dos EUA (2015)
  • Poluição: 859 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) emitidas pela aviação (2017)
  • Sobrelotação: cinco vezes mais turistas do que moradores na Islândia (2016)
  • Deterioração do património: 1,5 vezes mais pessoas a visitar Petra (Jordânia) do que as infraestruturas suportam

Medidas em prol de sustentabilidade

  • Controlo de turistas: o Machu Picchu (Peru) está a estipular um número diário de visitantes
  • Compromisso em reduzir o consumo: a Starwood, subsidiária do grupo hoteleiro Mariott, comprometeu-se a reduzir o uso de energia por quarto em 30% até 2020
  • Controlo de conquista das metas: o grupo InterContinental Hotels exige que todos os seus hotéis meçam o impacto ambiental que tenham.

Além do ‘turismo verde’, viajar sem companhia tem sido uma das modas mais recentes – e deverá manter-se, impulsionada principalmente por mulheres. Cerca de 50% dos turistas viajam sozinhos, pelo menos, uma vez por ano. Mais de 25% das mulheres da geração Y já foram «solo travelers», sobretudo em destinos na Europa, Cuba, Guatemala ou Emirados Árabes Unidos. Quase metade (46%) fê-lo pela “liberdade” e “independência”. Entre 2015 e 2017, as reservas feitas por turistas do sexo feminino cresceram 45% e as agências de viagens com ofertas focadas neste género cresceram 230% em seis anos.

A multinacional aponta ainda mais quatro características que definem esta indústria: a importância das redes sociais e dos meios de comunicação na reserva e no planeamento da viagem; a economia partilhada; a personalização das ofertas em massa e a preferência da experiência em relação ao produto.

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