Foi o pior apagão europeu em 20 anos e destruiu os planos de defesa da rede elétrica em Espanha e Portugal. Foi causado por voltagem elevada, sendo o primeiro apagão deste tipo, pois são normalmente causados por voltagem baixa.
“Uma cascata de voltagem elevada”, foi assim que o evento foi qualificado por um dos peritos europeus.
Klaus Kaschnitz destacou que foi o “blackout mais severo na Europa nos últimos 20 anos e o primeiro deste tipo. Nunca aconteceu na Europa, não encontramos nenhuma menção deste tipo”, provocado por alta voltagem. “Este é um novo território, precisamos de tempo”.
Em menos de 2 minutos, o apagão espalhou-se a toda a Espanha e depois a Portugal. “Os planos de defesa foram incapazes de o travar devido à cascata de alta voltagem. Só foi possível parar na fronteira com França e impedir de se espalhar ao resto da Europa”, explicou Damian Cortinas, presidente do conselho dos operadores de sistema de transporte (ENTSO-E).
Quais os próximos passos a dar? Os peritos vão proceder à análise da “performance do plano de defesa e possíveis melhorias”.
Mais. Avaliar os instrumentos de gestão de voltagem disponíveis; analisar os vários passos da fase de restauração; avaliação do comportamento dos utilizadores da rede no controlo de voltagem.
A recuperação foi feita com a ajuda de França e de Marrocos que começaram a injetar eletricidade na rede espanhola, com Portugal a ter de arrancar sozinho inicialmente com duas centrais com mecanismo de black-start e depois com a ajuda de Espanha.
As energias renováveis tiveram impacto? Não, segundo o relatório preliminar da ENTSO-E (o final será apresentado no primeiro trimestre do próximo ano).
“A questão não é serem renováveis. Precisamos de ter controlo de voltagem na produção, tanto nas renováveis como na produção clássica. Não é uma tecnologia complicada. Vamos exigir mudanças na regulação. A produção não tem requerimentos para controlo de voltagem, quer seja renovável ou não. É mais uma questão de tamanho da produção”, segundo Damian Cortinas que explicou que a voltagem tem uma “magnitude local, não viaja”.
Por isso, a ENTSO-E vai “exigir mudanças na regulação” para instalar controlos de voltagem no sistema.
Sobre quem tem a culpa, o responsável considera que o “importante é impedir acontecimentos destes no futuro, não é quem tem a culpa”.
Já Klaus Schnitz destacou que os “apagões acontecem normalmente com voltagem baixa, com voltagem alta é algo novo que nunca aconteceu. Isto precisa de ser resolvido localmente, perto do local onde acontece.
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