“A proposta de Orçamento do Estado para 2026 apresentada pelo Governo exclui por completo os modos activos de transporte, comprometendo as metas nacionais de mobilidade sustentável”, diz a MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta.
A associação apresentou um conjunto de 16 medidas prioritárias para o OE 2026 e espera agora “que estas sejam integradas no processo de debate parlamentar, contribuindo para acelerar a transição para uma mobilidade urbana mais saudável, justa, eficiente e sustentável”.
Diz que espera, agora, “coerência e responsabilidade dos partidos com assento parlamentar na discussão do documento na especialidade”.
A MUBi defende que “a utilização da bicicleta e o andar a pé podem substituir muitas deslocações feitas de carro nas áreas urbanas, se houver condições de segurança e conforto para esses modos” e diz que “promover a mobilidade ativa contribui, ainda, para a saúde pública e a redução de custos do Sistema Nacional de Saúde, a autonomia das crianças e, consequentemente, o seu desenvolvimento saudável, a redução da poluição do ar, a criação de empregos verdes e a diminuição de desigualdades sociais, ao contrário de medidas favoráveis ao automóvel. Deve, por isso, ter um papel central nas políticas de mobilidade e também nos instrumentos orçamentais”.
Rui Igreja, da MUBi, defende que “mudar a mobilidade urbana exige liderança política, e não podemos ter continuamente os dirigentes políticos nacionais a assobiar para o lado. Promover a mobilidade activa é sobre qualidade de vida, saúde e justiça social”.
A MUBi diz que “até ao final desta década, mais de mil milhões de movimentos pendulares deverão ser feitos anualmente em modos activos (a pé e em bicicleta) em Portugal, de acordo com as metas das Estratégias Nacionais para a Mobilidade Activa Ciclável (ENMAC 2020-2030) e Pedonal (ENMAP 2030). No entanto, devido à persistente falta de liderança política e escassez de recursos, essas Estratégias estão gravemente desalinhadas dos seus objetivos. É, por isso, inaceitável que o Governo volte a ignorar os modos ativos de transporte no Orçamento do Estado”.
“Em Orçamentos anteriores, estas Estratégias tiveram alocados 1 milhão de euros por ano, o que já era manifestamente insuficiente. Em 2024, quando estava na oposição, o PSD, que sustenta o actual Governo, propôs aumentar em 12 vezes o orçamento anual da ENMAC”, lembra a MUBi.
“O Governo diz que quer promover a intermodalidade. Mas, para tal, é essencial que os investimentos em transportes colectivos sejam complementados e articulados com investimentos em mobilidade activa, por forma a que seja seguro e conveniente combinar as deslocações a pé e em bicicleta com a utilização dos transportes públicos”, conclui a MUBi.
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