A Moody’s vai hoje anunciar a sua avaliação do ‘rating’ de Portugal, com os analistas divididos sobre o sentido da avaliação, que está atualmente no nível A3 e poderá subir.
O diretor de Investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva, diz à Lusa que “é possível que a Moody’s eleve a classificação de Portugal, atualmente em A3, na sua próxima avaliação”, que será conhecida esta sexta-feira.
Esta subida seria impulsionada pelos fortes fundamentais macroeconómicos, sequência de excedentes orçamentais, queda rápida do rácio da dívida pública/PIB, melhoria do perfil de financiamento do Estado e um mercado de trabalho resiliente”, sendo que, ao fazê-lo, a agência “ficaria mais alinhada com as suas congéneres: S&P, Fitch e DBRS, refletindo a perceção de menor risco soberano e de uma economia com maior capacidade de absorver choques”.
Por outro lado, o analista de mercados da XTB, João Cruz, aponta à Lusa que “não é esperada uma alteração na classificação de Portugal, que deverá manter-se em A3”.
O analista salienta que “a economia portuguesa continua a mostrar resiliência, com um crescimento que tem superado a média da zona euro e com contas públicas sob controlo, apoiadas por uma gestão orçamental prudente”, enquanto a dívida pública “segue uma trajetória descendente, aproximando-se dos 95% do PIB, e o saldo orçamental positivo reforça a perceção de estabilidade fiscal”.
Já no que diz respeito à perspetiva, Filipe Silva considera que o ‘outlook’ deverá manter-se estável/positivo.
“A economia portuguesa deverá continuar a demonstrar resiliência e a crescer a um ritmo saudável nos próximos dois anos, sustentada pelo investimento do PRR e pela descida esperada da inflação e das taxas de juro”, nota.
Por sua vez, João Cruz considera que, apesar de existir espaço para uma revisão gradual da perspetiva, “o cenário mais provável é de continuidade, refletindo o equilíbrio entre os progressos internos e os desafios externos”.
Desde maio, a situação económica em Portugal não sofreu grandes alterações, mas as perspetivas futuras continuam a melhorar – segundo as últimas declarações do Governo em outubro – que prevê que o saldo primário tenha um excedente de 0,1%, mantendo a última revisão, totalizando nos 2,1% do PIB”, nota, mas a Moody’s “deverá manter alguma cautela, tendo em conta o fraco crescimento na zona euro, as taxas de juro inalteradas na zona dos 2%, e um contexto internacional incerto – o que pode penalizar o crescimento económico português”.
O ‘rating’ é uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, com grande impacto para o financiamento dos países e das empresas, uma vez que avalia o risco de crédito.
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