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Estudo da Iberinform revela que em 2024 o setor empresarial ficou mais robusto do que antes do Covid

O setor da Construção manteve forte crescimento (5% do VAB), impulsionado pela procura imobiliária e habitacional. A Indústria e Floresta destacaram-se como os setores com maior criação de valor (26,7 mil milhões de euros) e baixo risco económico e financeiro.
14 Novembro 2025, 12h25

As empresas portuguesas reforçaram valor, liquidez e resiliência, segundo o estudo Panorama Empresarial – Edição 2025, da Iberinform, que mostra que as empresas não financeiras em Portugal consolidaram em 2024 um ciclo de crescimento sustentado, com forte criação de valor, maior solidez financeira e redução dos riscos.

“As empresas portuguesas encerraram 2024 a demonstrar uma notável capacidade de adaptação e crescimento, num contexto internacional ainda marcado por incerteza. Segundo o Panorama Empresarial – Edição 2025, da Iberinform, o tecido empresarial nacional registou a maior criação e acumulação de valor desde 2019, reforçando a sua solidez financeira, rentabilidade e resiliência operacional”, refere o comunicado.

O estudo evidencia um setor empresarial mais robusto, menos exposto ao risco e com melhores níveis de liquidez e autonomia financeira do que antes da pandemia.

O Valor Acrescentado Bruto (VAB) atingiu 120,3 mil milhões de euros, mais 8,9% que em 2023 e 29,3% acima de 2019 e as empresas representaram 47,8% da oferta interna, reforçando o seu contributo essencial para o PIB nacional.

A oferta interna aumentou para 69,5% da total, refletindo uma recuperação firme da produção nacional e do investimento. Este resultado confirma o papel central das empresas no crescimento económico português.

Saldo externo de bens e serviços subiu para 1,3%

As exportações mantiveram-se em 31,8% da procura total, com os serviços (11,9%) a crescerem, impulsionados pelo turismo, construção e tecnologias da informação. O saldo externo de bens e serviços subiu para 1,3%, demonstrando maior equilíbrio comercial.

Ao mesmo tempo, o mercado interno reforçou o seu peso, com o consumo e o investimento em construção a sustentarem a procura. A Formação Bruta de Capital atingiu 14,2%, evidenciando um dinamismo económico contínuo.

Rentabilidade e eficiência

O estudo diz que “a margem bruta negocial subiu para 49,2% e o grau de valorização para 25,7%, refletindo maior eficiência das empresas. A rendibilidade líquida (EBIT) atingiu 8,2%, com uma margem de segurança sólida de 11,5%”.

“Estes indicadores demonstram menor vulnerabilidade económica e uma capacidade reforçada de gerar resultados, mesmo perante contextos adversos”, acrescenta.

O risco económico manteve-se num patamar baixo, confirmando a resiliência operacional do tecido empresarial.
Solidez financeira e liquidez.

A autonomia financeira das empresas portuguesas aumentou para 46,9%, e o capital alheio remunerado desceu para 24,6%, sinal de maior robustez dos balanços. A geração de caixa atingiu 16% dos negócios, com reforço da liquidez operacional.

“O tempo crítico de rutura de tesouraria subiu para quase três meses, e o prazo médio de pagamentos diminuiu para 62 dias, revelando melhor gestão financeira e menor exposição ao risco de tesouraria”, refere a Iberinform.

Procura de casas impulsiona setor da Construção

O setor da Construção manteve forte crescimento (5% do VAB), impulsionado pela procura imobiliária e habitacional. A Indústria e Floresta destacaram-se como os setores com maior criação de valor (26,7 mil milhões de euros) e baixo risco económico e financeiro.

O Comércio, Transportes e Alojamento estabilizaram a recuperação (23,3% do VAB), enquanto as Atividades Financeiras e Seguros representaram 6,3%, beneficiando das taxas de juro e da recuperação dos serviços financeiros.

A edição 2025 de “O Panorama Empresarial” da Iberinform evidencia que o tecido empresarial português “se afirma como um dos pilares mais estáveis e dinâmicos da economia nacional, sustentando o crescimento e a criação de valor, num contexto global em transformação. As empresas apresentam hoje maior equilíbrio estrutural, capacidade de autofinanciamento e maturidade estratégica, traduzidas em níveis históricos de liquidez e autonomia”.

“Estes resultados confirmam a evolução positiva da gestão empresarial em Portugal, orientada por critérios de sustentabilidade, eficiência e prudência financeira”, acrescenta a Iberinform que sublinha que “esta trajetória consolida a confiança na economia portuguesa e reforça o papel das empresas como motor de investimento, inovação e competitividade, essenciais para o desenvolvimento económico e social do país”.


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