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Miguel Maya garante “total alinhamento” do BCP com os trabalhadores e reitera que compensação em falta depende dos resultados do banco

O líder da comissão executiva do BCP, Miguel Maya, reiterou que, enquanto a compensação aos trabalhadores não for integralmente concluída, a sua equipa não recebe a remuneração variável a que tem direito. Esta tarde, a assembleia-geral do banco aprovou com quase 100% dos presentes a compensação de 12,6 milhões aos trabalhadores, que equivale a um terço do que ainda têm a receber.
Cristina Bernardo
22 Maio 2019, 20h07

Após a aprovação, em assembleia-geral, da compensação de 12,6 milhões aos trabalhadores do Millennium bcp, o presidente da comissão executiva do banco, Miguel Maya, garantiu que existir “um total alinhamento” entre o banco e os trabalhadores quanto à distribuição temporal da compensação aos trabalhadores.

O ponto dois da ordem de trabalhos, que contemplava, além da distribuição de dividendos, a compensação aos trabalhadores em virtude dos corte salariais entre junho de 2014 e junho de 2017, foi aprovado por 99,98% dos votos, sendo que, inicialmente, estava representado na assembleia-geral 64,5% do capital, subindo depois para 66%.

A compensação de 12,6 milhões equivale a um terço do total do compromisso assumido pelo banco perante os sacrifícios dos trabalhadores “na altura da vida mais difícil do banco”, e que ascende a cerca de 36 milhões.

Questionado sobre se a distribuição temporal da compensação total já estava definida, Miguel Maya salientou que a equipa que lidera tem o “compromisso” de “propor anualmente à assembleia-geral” o pagamento aos trabalhadores “em resultado do que fosse o resultado do banco”. Desta forma, o CEO do BCP salientou que “temos de garantir hoje que o banco gere esse resultado de forma a que, no ano que vem, estamos a fazer uma nova proposta [de compensação]”.

Miguel Maya reconheceu ainda que os trabalhadores desempenharam “um papel relevantíssimo no processo de recuperação [do BCP]” e, nesse sentido, assegurou que existe um “alinhamento total dos interesses na comissão executiva com os trabalhadores do BCP”. E explicou: “se tivermos (a comissão executiva) direito direito a uma remuneração variável, a parte que teríamos acesso num momento inicial, não a teremos enquanto este compromisso não for totalmente concluído”.

A este propósito, o chairman do BCP, Nuno Amado, completou as declarações de Miguel Maya, afirmando que se trata de um “alinhamento também com os acionistas”, uma vez que estiveram “representados 66% do capital do banco e as propostas foram todas aceites e aprovadas por quase 100% dos votos.

Equívoco em relação aos aumento salariais

Os sindicatos bancários manifestaram-se a cerca de cem metros do edifício onde se realizou a assembleia-geral do BCP. Entre os manifestantes, ouviam-se cânticos em defesa de aumentos salariais, algo que, defendem, não acontece desde 2010.

Questionado sobre esta situação, Miguel Maya quis “corrigir” a perceção de que os trabalhadores não são aumentados há nove anos. “Nesses termos não é verdade”, começou por dizer, adiantando que, no ano passado, o BCP  “aumentou 24% dos colaboradores [através da promoção]”. “O que não fizemos foi a atualização das tabelas salariais”, disse.

De resto, numa altura em que o BCP e os sindicatos estão sentados à mesa das negociações, Miguel Maya salientou que o processo negocial está a decorrer dentro da normalidade.

 

 

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