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Procurador-geral de Espanha demitiu-se respeitando a decisão do Tribunal Supremo

Num caso inédito na democracia espanhola, que levou a julgamento pela primeira vez o chefe máximo do Ministério Público, García Ortiz foi condenado a pagar uma multa de 7.200 euros e fica proibido de exercer o cargo durante dois anos, segundo a sentença divulgada na quinta-feira pelo Tribunal Supremo.
Espanha
24 Novembro 2025, 09h48

O procurador-geral de Espanha, Álvaro García Ortiz, apresentou hoje a demissão numa carta enviada ao ministro da Justiça, depois de ter sido condenado a dois anos de suspensão do cargo de procurador, disseram fontes da Procuradoria.

Num caso inédito na democracia espanhola, que levou a julgamento pela primeira vez o chefe máximo do Ministério Público, García Ortiz foi condenado a pagar uma multa de 7.200 euros e fica proibido de exercer o cargo durante dois anos, segundo a sentença divulgada na quinta-feira pelo Tribunal Supremo.

García Ortiz foi julgado num caso que ganhou dimensão e polémica política por envolver uma investigação por fraude fiscal ao companheiro sentimental da presidente do governo regional de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, do Partido Popular (PP, direita), e ter atingido também o executivo nacional, liderado pelo socialista Pedro Sánchez.

García Ortiz, numa carta enviada ao ministro da Justiça, Félix Bolaños, indicou que abandonava o cargo de Procurador-Geral “por respeito pelas decisões judiciais” proferidas pelo Supremo Tribunal e que, por isso, “chegou o momento de renunciar”.

Durante o fim de semana, centenas de pessoas manifestaram-se em Madrid e em Santiago de Compostela em apoio do Procurador García Ortiz.

No domingo, o primeiro-ministro Pedro Sánchez disse que continuava a acreditar na inocência do Procurador-Geral discordando da decisão do Supremo Tribunal.

Sánchez abordou publicamente, pela primeira vez numa conferência de imprensa na África do Sul, à margem da cimeira do G20, a decisão do Supremo Tribunal.


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