As eleições europeias costumam ser habitualmente marcadas por uma elevada abstenção. Nas últimas eleições europeias, em maio de 2014, a abstenção atingiu os 66,2%, a mais elevada de sempre em eleições em Portugal.
Apesar de ainda não haverem dados oficiais sobre as eleições europeias deste ano, uma sondagem da RTP/Universidade Católica divulgada este domingo, 26 de maio, apontava para uma taxa de abstenção entre os 65% a 70%.
De forma a combater a elevada abstenção, incluindo a abstenção dos jovens, Miguel Sousa Tavares propõe duas formas de incentivar o voto, penalizando quem não vota.
“As eleições europeias decidem o futuro da Europa e o futuro são os jovens. E os problemas da Europa interessam a todos, sobretudo aos jovens. Para mim, é verdadeiramente incompreensível que os jovens fiquem em casa e não vão votar”, começou por destacar no Jornal das Oito da TVI este domingo.
“Não percebo como é que a geração do Erasmus, um dos programas europeus mais bem sucedidos, financiado por todos os contribuintes europeus, fica em casa”, criticou o comentador, referindo-se ao programa que permite aos jovens universitários europeus estudarem nas universidades de outros países da União Europeia.
Sousa Tavares rejeita o voto obrigatório e até o modelo brasileiro, onde são aplicadas penalizações. “Não sou a favor do voto obrigatório, levanta questões muito complicadas. No Brasil, o voto não é obrigatório, mas há penalizações para quem não vota, como nos abonos sociais e ajudas do Estado. Mas resta saber se as pessoas que são obrigadas a votar, têm um voto de protesto, e não votam nos extremismos”, destacou.
Perante a abstenção e rejeitando o voto obrigatório, Miguel Sousa Tavares defendeu a aplicação de penalizações para motivar jovens e adultos a irem votar nas eleições europeias.
“Há outras maneiras de incentivar o voto: quem não vota em eleições europeias não deve poder ir ao programa Erasmus, não se pode candidatar”, começou por defender o comentador.
“E quem não votou nas europeias também não se pode candidatar a subsídios onde a União Europeia participe, não pode receber bolsas da UE, fica excluído”, acrescentou.
“Se as pessoas só veem a europa como uma fonte de receitas ou de benefícios, e não a veem como uma fonte de deveres ou de obrigações, onde o mínimo e ir votar, não são cidadãos europeus”, rematou Miguel Sousa Tavares.
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