O emprego em Portugal continua a crescer e, apesar de uma ligeira perda de dinamismo, mantém-se num nível bastante significativo, o que, caso fosse acompanhado de um aumento equivalente do lado da produtividade, colocaria o país a crescer entre 3% e 4%. Este é um dos principais alertas do Fórum para a Competitividade, que aponta a um crescimento este ano em torno de 1,9% a 2%, projetando que 2026 seja ligeiramente melhor do que o ano que agora encerra.
A nota de conjuntura de novembro do Fórum destaca a evolução do emprego, que continua a dar suporte à economia apesar de um ligeiro abrandamento no último trimestre. Os dados de outubro mostram uma evolução e dinamismo “muito significativo” do emprego, que manteve a trajetória crescente e permitiu, combinado com um crescimento menos expressivo da população ativa, um ligeiro recuo da taxa de desemprego de 6% para 5,9%.
Ainda assim, o gabinete de estudos liderado por Pedro Braz Teixeira considera “preocupante” que se tenha registado uma diminuição da produtividade, dado que, tanto o emprego, como as horas trabalhadas cresceram acima do PIB.
“Insistimos que, com este crescimento do emprego, bastaria um aumento não muito expressivo da produtividade para termos o PIB a crescer acima de 3% e até próximo de 4%”, lê-se na nota.
Ao invés, a economia nacional deve crescer apenas 1,9% a 2% este ano, ainda que o Fórum convirja com o consenso das instituições nacionais e internacionais que projetam um ano de 2026 mais forte do que o que está prestes a terminar.
“O quarto trimestre de 2024 foi muito forte, com um crescimento em cadeia de 1,2%, que dificilmente poderá ser repetido este ano”, ressalva o Fórum. “Assim, é quase certo que a taxa de variação homóloga do PIB será abaixo dos 2,4% do terceiro trimestre e no conjunto do ano o crescimento deverá ser entre 1,9% e 2,0%”, resume.
O consumo deverá continuar a ajudar ao crescimento, “suportado por um apreciável crescimento do emprego, por um aumento dos salários reais, mas já sem alívio fiscal e quase sem redução adicional das taxas de juro”, enquanto o investimento deve acelerar. Em sentido inverso, “as exportações não têm tido um comportamento muito favorável e serão necessárias reformas para a melhoria da competitividade, para conseguirmos melhores resultados, através de um aumento das quotas de mercado, sobretudo naqueles onde a nossa posição é ainda muito baixa”.
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