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Beethoven pode ser uma potencial cura para o cancro

Das sinfonias mais executadas dos tempos atuais pelas orquestras mundiais, embora tenha sido terminada em 1808, e agora pode vir a ter um propósito mais nobre do que apenas entreter intelectuais.
4 Julho 2019, 10h59

O estudo é da Universidade Federal do Rio de Janeiro, muitas vezes conhecida como Universidade do Brasil, e descobriu que a Quinta Sinfonia de Ludwig van Beethoven pode ser uma das potenciais curas para a doença do século, o cancro.

É das sinfonias mais executadas dos tempos atuais pelas orquestras mundiais, embora tenha sido terminada em 1808, e agora pode vir a ter um propósito mais nobre do que apenas entreter intelectuais. Os quatro movimentos iniciais da famosa Sinfonia são capazes de matar células cancerígenas, como o laboratório de Oncobiologia da Universidade verificou.

O Programa de Oncobiologia, que também existe em Lisboa e no Algarve, expôs células ligadas ao cancro de mama (MCF-7) à música que tem a duração de 30 minutos. Nos testes, uma em cada cinco células morreu.

Esta experiência volta, assim, a abrir uma nova discussão sobre as formas de cura desta doença. A estratégia da Universidade do Rio de Janeiro pode parecer descabida aos olhos dos mais leigos, mas procura encontrar formas mais eficientes e menos tóxicas de combater a doença. Desta forma, seriam utilizadas frequências sonoras em vez da radioterapia, um processo bastante violento para o organismo humano.

Está comprovado que a musicoterapia ajuda a tratar distúrbios emocionais, além de ajudar crianças com autismo. “O objetivo é utilizar a música e os seus elementos, como o som, o ritmo e a melodia para promover o desenvolvimento da pessoa”, disse Sara Teixeira, Mestre em Musicoterapia e Reabilitação Psicomotora, ao Jornal Económico Madeira em fevereiro.

Márcia Capella, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, que é a coordenadora do estudo da Universidade do Brasil, explicou ao jornal “O Globo” que a música produz um efeito direto sobre as células do organismo humano.

A coordenadora explicou que as células ligadas ao cancro da mama se multiplicam a cada 30 horas, e que foram precisos dois dias para a sessão musical fazer efeito. Nestes dois dias, 20% da amostra celular cancerígena morreu, e as sobreviventes perderam tamanho.

‘Atmosphères’ de György Ligeti provocou efeitos semelhantes nestas mesmas células, mas Sonata para Dois Pianos em Ré Maior de Mozart não surgiu efeito, algo que a coordenadora considera “estranho” porque é uma das músicas mais populares da musicoterapia, conhecida pelo “efeito Mozart”. “Acreditávamos que as sinfonias provocariam apenas alterações metabólicas, não a morte de células cancerígenas”, afirmou Márica Capella ao jornal brasileiro.

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