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Banqueiro italiano gravou conversas com Ana Botín depois de não ser contratado pelo Santander

Andrea Orcel avançou para tribunal depois do Santander ter recuado na sua contratação. Em sua defesa, apresentou gravações de conversas privadas que alegadamente manteve com vários gestores do banco espanhol, incluindo a sua presidente Ana Botín.
26 Julho 2019, 17h01

O Santander acusa um banqueiro italiano de gravar conversas privadas com responsáveis do banco, incluindo a sua presidente Ana Botín. A história começa em 2018 quando o Santander tomou a decisão de nomear Andrea Orcel para presidente executivo do banco, para substituir a José Antonio Álvarez.

Mas em janeiro deste ano o banco espanhol recuou na sua decisão, optou por não contratar o italiano e José Antonio Álvarez manteve-se na liderança. Segundo o El País, o banco considerou que o italiano tinha um “custo inaceitável”, devido a uma indemnização acima de 50 milhões de euros que o banqueiro exigia por dinheiro que iria perder ao rescindir com o banco UBS. A entidade suíça negou pagar este valor a Orcel, pois considera o Santander como um concorrente seu.

Uns meses mais tarde, no início de julho, Andrea Orcel entra com um processo em tribunal contra o Santander a exigir 102 milhões de euros por danos e perdas.

Em resposta, o banco liderado por Ana Botín acusa o italiano de ter gravado conversas privadas com responsáveis do Santander e com a própria presidente.

Apesar do anúncio da contratação, o Santander argumenta que nunca foi assinado nenhum contrato com Andrea Orcel. Por isso, não há lugar a indemnização.

O Santander diz que o gestor italiano queria mais dinheiro e que não ficou satisfeito por não ter nenhum compensação. Mas Andrea Orcel tem uma versão diferente e incluiu no processo várias transcrições de longas conversas telefónicas com vários executivos do banco, incluindo Ana Botín.

“O senhor Orcel começou em janeiro de 2019 a gravar conversas privadas sem consentimento nem conhecimento dos seus interlocutores, uma prática de duvidosa qualidade ética e moral para alguém que pretendia desempenhar o cargo de presidente executivo do banco, o que vem confirmar como adequada a decisão adotada pela administração do Santander”, disse o banco ao tribunal de Madrid onde o caso está a ser julgado.

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