A justificar a queda de 52,1% dos lucros semestrais do CaixaBank, que em Portugal detém o BPI, está um acordo laboral de rescisões por adesão voluntária que implicou um custo de 978 milhões brutos (685 milhões líquidos). Sem este impacto, o lucro seria de 1.307 milhões.
O grupo alcança pela primeira vez os 600 mil milhões de euros de volume de negócios (+4,9%), explicado pelo “sucesso comercial”. Os recursos de clientes crescem para 380.864 milhões de euros (+ 6,2% em 2019). Da mesma forma, o crédito a clientes bruto atinge os 230.867 milhões de euros (+ 2,7% no ano) e a carteira de crédito saudável aumenta 3,3%, diz o comunicado do CaixaBank.
O rácio de morosidade reduziu-se até aos 4,2% (-46 pontos base no semestre). Por outro lado o crédito em incumprimento caiu 793 milhões de euros no semestre (-581 milhões de euros no trimestre) situando-se em 10.402 milhões de euros devido à gestão activa da carteira.
A margem de juros no primeiro semestre é de 2.478 milhões (+ 1,9% em relação ao mesmo período de 2018). Este item é afetado principalmente pelo aumento da receita obtida com a concessão de crédito e pelos menores custos de financiamento no retalho e institucionais. As receitas core permanecem estáveis na evolução interanual. Na variação trimestral, há maiores receitas core (+ 1,5%), principalmente devido a aumento de comissões e receitas de contratos de seguros.
A receita de comissões foi de 1.248 milhões de euros, -3,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Nessa linha, as comissões bancárias, receitas de títulos e valores mobiliários e outros totalizam 719 milhões de euros (-3,0%), que são impactados, entre outros, pelas menores operações de banca de investimento.
Em relação à receita da carteira de participações, a receita de dividendos incluiu o dividendo da Telefónica de 104 milhões de euros no segundo trimestre de ambos os anos. Adicionalmente, o segundo trimestre de 2019 inclui o registo de 46 milhões de euros brutos correspondentes ao BFA. Os dividendos do Banco Fomento Angola passaram a ser o único contributo do banco angolano do BPI para o resultado consolidado do banco espanhol. O BPI apresenta resultados na segunda-feira.
Os resultados das entidades avaliadas pelo método de equivalência patrimonial diminuem 294 milhões de euros (-58,4%) em relação ao mesmo período do ano anterior, essencialmente devido à não atribuição em 2019 do resultado do BFA e da Repsol (312 milhões de euros em 2018). Excluindo estes efeitos, a evolução deste item seria positiva (+ 9,4%). No segundo trimestre, o CaixaBank concluiu a venda da sua participação na Repsol.
O resultado das operações financeiras é de 261 milhões de euros (-10,9%), o que inclui no segundo trimestre, entre outros, a concretização de ganhos de capital em ativos de renda fixa. Em 2018, incluiu o registo da reavaliação da participação do BPI na Viacer no contexto do seu desinvestimento e o resultado da operação de coberturas associadas às obrigações subordinadas amortizadas antecipadamente.
Além disso, o segundo trimestre do ano inclui a contribuição para o Fundo Único de Resolução (FUR) no montante de 103 milhões de euros (97 milhões de euros em 2018).
O rácio Common Equity Tier 1 (CET1) situa-se em 30 de junho em 11,6%. Excluindo o impacto de -11 pontos base para a primeira aplicação das IFRS16 e de -5 pontos base para o ajuste das exigências de risco de crédito para o financiamento de imóveis, a evolução do semestre foi +14 pontos base por geração de capital orgânico e +7 pontos base por evolução dos mercados e outros impactos.
Para o BPI, o banco anunciou em Espanha mais 43% de clientes digitais no semestre.
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