[weglot_switcher]

Motoristas de matérias perigosas: “Vamos continuar a greve. Estamos aqui duros como o aço”

“Não considero que seja teimosia. Não conseguimos perceber o arrependimento do SIMM”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas.
Francisco_São_Bento_pardal_henriques_SNMMP_sindicato_motoristas_greve
Rodrigo Antunes/Lusa
16 Agosto 2019, 10h10

O presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) anunciou esta sexta-feira que não recuará e vai manter a greve. Francisco São Bento admite que não compreende a desistência do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e garante que os trabalhadores continuarão a cumprir os serviços mínimos, de oito horas diárias.

“Vamos continuar a apelar à mediação. Sabemos que é possível legalmente. Está definida no Código do Trabalho esta opção. Vamos continuar a aguardar para podermos voltar a negociar”, disse esta manhã Francisco São Bento, em declarações aos jornalistas. “Vamos continuar nos mesmos pressupostos que tínhamos inicialmente. Vamos continuar a greve tal e qual como tem estado”, referiu, em Aveiras de Cima.

O SIMM anunciou ontem à noite que vai desconvocar a greve que iniciou segunda-feira por tempo indeterminado, o que motivou o agradecimento do Governo. “A greve vai ser desconvocada da parte do SIMM”, anunciou o porta-voz do SIMM, Anacleto Rodrigues, no final de uma reunião no Ministério das Infraestruturas e Habitação, em Lisboa. “Chegámos à conclusão de que esta greve não surtiu os efeitos que desejávamos”, justificou o sindicalista.

Questionado sobre se não se sente sozinho nesta luta, o dirigente do sindicato dos motoristas de matérias perigosas assegurou que “não, de maneira alguma”. “Iniciámos um processo negocial e apresentámos um pré-aviso conjunto, mas ainda não tivemos contacto direto com o SIMM. Devem estar ocupados, mas vamos falar com eles para entender o que se passou e reagir”, disse. Francisco São Bento lançou ainda um conselho aos trabalhadores: “Não se deixem vergar. Estamos aqui duros como o aço”.

O SIMM foi um dos sindicatos que convocou a paralisação por tempo indeterminado, mas acabou por desistir. Perante a decisão, o advogado da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários (Antram) apelou depois ao sindicato dos motoristas de matérias perigosas que também desconvocasse a greve e voltasse às negociações. “Não há vencidos, há um vencedor que é o diálogo”, afirmou André Matias de Almeida, realçando que foi dado “mais um passo histórico”.

No entanto, o SNMMP mantém-se intransigente. “Da forma como a greve está a ser mantida, se o Governo e a Antram se incidirem, estamos dispostos a um mês, sete meses , um ano, o que for necessário”, garantiu Francisco São Bento. Nestes últimos comentários à imprensa, o sindicalista não se fez acompanhar por Pedro Pardal Henriques.

Notícia atualizada às 10h28

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.