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Semapa e EDP Renováveis lideram subida do PSI 20. Cofina dispara quase 15%

As ações do Velho Continente foram impulsionadas pela subida das yields da dívida soberana. Este movimento teve início na 6ª feira com a subida das yields americanas que hoje se alastrou numa primeira fase à Ásia e posteriormente à Europa, explicou no seu comentário de fecho o analista do BPI.
Kai Pfaffenbach/Reuters
19 Agosto 2019, 17h41

O mercado nacional acompanhou a subida dos seus pares europeus. O PSI-20 fechou a ganhar 0,94% para 4.849,4 pontos.

A EDP Renováveis fechou a subir 2,71% para 9,490 euros e a Semapa ganhou 2,91% para 12,04 euros. A subsidiária Navigator também foi no embalo e fechou a subir 1,98% para 2,988 euros.

“As compras dos investidores recaíram sobre os títulos mais cíclicos, ou seja, os mesmos que têm sido mais penalizados nesta envolvente dominada pelos receios em relação à economia global”, explica o analista do BPI no seu comentário de fecho. “Neste contexto, a Altri, a Semapa e a Navigator figuraram entre as maiores valorizações”, adianta.

A Altri subiu 1,72% para 5,610 euros. Fora do PSI 20, mas também de Paulo Fernandes, a Cofina registou uma subida de 14,61% para 0,51 euros depois de ter admitido negociações exclusivas com a Prisa para a compra da Media Capital que tem a TVI. Recorde-se que a Cofina admite lançar uma OPA à Media Capital, caso cheguem a bom porto as negociações.

A Galp Energia fechou com ganhos de 1,44% para 12,7 euros e a Jerónimo Martins ganhou 1,69% para 14,71 euros. Recorde-se que o histórico líder da empresa morreu na passada sexta-feira.

A Mota-Engil ganhou 1,24% para 1,88 euros. Já os CTT subiram 1,69% para 1,867 euros e a Sonae avançou 1,74% para 0,820 euros.

As ações do BCP caíram 1,5% para 0,2037 euros. “Considerando que o catalisador da subida dos mercados bolsistas foi a subida das yields, o comportamento do BCP acaba por ser atípico”, diz o analista do BPI, que acrescenta que “entre os fatores que mais têm penalizado o sector bancário europeu tem sido a descida das taxas soberanas. Assim, com a recuperação protagonizada hoje pelas yields de Estado, seria expectável um movimento análogo do BCP”.

Os mercados europeus terminaram o dia com ganhos superiores a 1%. O Euro Stoxx 50 ganhou 1,21% para 3.369,3 pontos.

O índice britânico subiu 1,10% para 7.195,6 pontos; o francês CAC avançou 1,29% para 5.369,4 pontos ao passo que o alemão DAX sobe 1,34% depois de no domingo, o ministro alemão das Finanças, Olaf Scholz, ter anunciado que a Alemanha poderá aumentar a despesa pública em 50 mil milhões de euros num cenário de crise, como estímulo orçamental para combater a desaceleração da economia. Isto se as condições económicas continuarem a deteriorar-se.

O italiano FTSE MIB valorizou 1,87% para 20.703,61 pontos e o espanhol IBEX subiu 0,67% para 8.728,4 pontos.

“As ações do Velho Continente foram impulsionadas pela subida das yields da dívida soberana, um movimento que contrasta com a tendência descendente que marcou as últimas semanas. Este movimento teve início na sexta-feira com a subida das yields americanas que hoje se alastrou numa primeira fase à Ásia e posteriormente à Europa”, diz o analista do BPI que acrescenta que “esta subida das yields atenua, pelo menos provisoriamente, os receios em relação a uma contração da economia global”.

“Neste contexto, os sectores mais cíclicos lideraram a subida. O sector bancário teve um comportamento dividido. Se por um lado a maioria dos seus membros terminou em alta, por outro lado os seus constituintes espanhóis terminaram em baixa”, refere a análise.

As bunds alemãs agravam 3,7 pontos base para uma yield negativa de 0,648%; e a dívida portuguesa subiu 4,7 pontos base para 0,159%. A dívida espanhola a 10 anos também sobe 5,2 pontos base para 0,133% e a italiana avançou 4,2 pontos base para 1,437%.

Ao nível macroeconómico, o Eurostat revelou hoje que a inflação, medida pelo índice de preços no consumidor, cresceu 1% em agosto face ao mesmo mês de 2018, aquém dos 1,10% antecipados. Esta leitura, que confirma o nível reduzido da inflação na Zona Euro, reforça o espaço de manobra do BCE em termos de política monetária.

Em julho de 2019, a taxa de inflação anual (variação homóloga) em Portugal, medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), situou-se em -0,7%, inferior em 1,4 pontos percentuais (p.p.) ao mês anterior. Este valor representa uma variação mensal de -1,7% entre junho e julho de 2019. Portugal registou a taxa mais baixa da UE a 28 e a única negativa.

Na Zona Euro, a taxa de inflação anual situou-se em 1,0% (provisório), diminuindo 0,3 p.p. face ao mês anterior. Já a taxa de inflação anual da UE a 28 situou-se em 1,4% (variação homóloga) em julho de 2019, diminuindo em 0,2 p.p. face ao valor de junho. A variação mensal do índice situou-se em -0,5% e -0,3% na Zona Euro e na UE a 28, respetivamente.

A taxa de variação da média anual dos últimos 12 meses do IHPC foi de 0,7% para Portugal, de 1,6% para a Zona Euro e 1,8% para a UE a 28.

O euro subiu 0,05% para 1,1096 dólares.

O petróleo Brent sobe no mercado de Londres 1,06% para 59,26 dólares e o crude acompanha a valorizar 1,26%  para 55,56 dólares.

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