O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública emitiu esta quarta-feira mil milhões de euros em dívida a três e onze meses com taxas mais baixas face ao último leilão em junho e tocou um novo mínimo. A instituição liderada por Cristina Casalinho tinha estabelecido um montante indicativo de mil e 1.250 milhões de euros.
Na maturidade a 11 meses, o IGCP emitiu 750 milhões de euros, tendo pago uma taxa média ponderada de -0,557%, o que compara com -0,395%% num leilão a 19 de junho. Portugal pagou assim taxa mais negativa de sempre nesta maturidade, tendo a procura superado a oferta em 2,05 vezes, superior ao leilão anterior (3,10 vezes).
Nos Bilhetes do Tesouro (BT) a três meses, o montante colocado foi de 250 milhões, com uma yield de -0,563%, face a -0,425% na emissão em junho. Também nesta maturidade bateu o recorde mínimo de -0,426% estabelecido numa venda em outubro de 2018. Em termos de procura, nesta maturidade superou a oferta em 4,36 vezes, que compara com os 1,71 registados no último leilão.
Portugal tem renovado mínimos nas taxas de juros nos últimos leilões e no mercado secundário os juros da dívida portuguesa tem mantido uma trajetória de queda, beneficiando da confiança dos investidores e da política do Banco Central Europeu.
“Os receios de uma possível recessão e um discurso mais cauteloso por parte dos bancos centrais tem levado os prémios de risco da dívida soberana mundial para mínimos sem precedentes. A possibilidade de termos novas medidas de estimulo para as economias, para fomentarem o crescimento e inflação, continuam a suportar esta tendência”, sublinha Filipe Silva, diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa.
“No mundo já temos mais de 16 triliões de dívida com yields abaixo de zero e Portugal não foge à regra uma vez que já tem yields negativas para maturidades até os 8 anos. O cenário atual tem vindo a ser muito benéfico para Portugal pois tem vindo a permitir reduzir o custo médio da nossa dívida”, acrescenta.
(Atualizado às 11h04)
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