As perspetivas relativamente ao futuro da Grande Barreira de Corais, na Austrália, pioraram. De “mau” para “muito mau”, o exaustivo relatório do governo australiano alertou que “agora” é a única janela de oportunidade para melhorar o futuro de uma das maravilhas naturais do mundo.
O relatório da Autoridade de Parques Marinhos da Grande Barreira de Corais mostrou que os recifes de coral estão cada vez mais pobres e que atualmente existe uma perda e degradação generalizada de habitat que afetam cada vez mais peixes, aves marinhas e tartarugas.
O mesmo relatório revela que a situação atual não deve melhorar a não ser que haja uma ação nacional e global urgente que permita enfrentar a crise climática, sendo que o governo australiano descreveu as alterações climáticas como uma das maiores ameaças para o desaparecimento de corais.
A autoridade marinha assume que o aumento da temperatura do mar e que as ondas de calor marinho que causam o branqueamento dos corais são dos riscos mais iminentes para a extinção destes corais. A poluição agrícola, o maior desenvolvimento costeiro e a pesca ilegal também contribuem para o desaparecimento do maior organismo vivo da Terra.
O relatório avança que embora a qualidade da água esteja a melhorar, ainda que lentamente, continua a afetar as zonas costeiras, em parte devido às práticas agrícolas que não se desenvolvem sustentavelmente com rapidez. “Sem outras ações locais, nacionais e globais sobre as maiores ameaças, as perspectivas gerais para o ecossistema da Grande Barreira de Corais permanecerão precárias, com consequências contínuas também para seus valores patrimoniais”, sustenta o relatório.
“A janela de oportunidade para melhorar o futuro, a longo prazo, do recife é agora”, sublinha o mesmo relatório. Ainda que seja uma das áreas marinhas protegidas mais bem geridas do mundo, devido à sua fragilidade, e aos valores de património mundial permanecerem intactos, a Barreira está num ponto crítico.
Segundo a Autoridade dos Parques Marinhos, o recife entrou numa ‘encruzilhada’ em 2009, sendo que em 2014 já estava “sob pressão” e em 2019 está “menos resiliente”. Com um desafio de restauração da saúde do recife, a investigação esclarece que a implementação de um plano governamental até 2050 é essencial.
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