A pandemia levou a economia portuguesa à maior crise da história recente e esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE) revela a dimensão do impacto em 2020. O organismo de estatística irá divulgar a estimativa rápida do PIB do ano passado, que segundo as projeções se deverá situar entre -8,1% e -10% em termos homólogos.
Entre as principais instituições nacionais e internacionais, a projeção mais otimista é do Banco de Portugal (BdP), que prevê que o PIB tenha recuado 8,1% em 2020 e mais pessimista do FMI, que prevê uma queda de 10%. A projeção do Governo estima uma quebra de 8,5%, perto da projeção de -8,4% da OCDE, enquanto a Comissão Europeia e o Conselho das Finanças Públicas estimam uma diminuição de 9,3%.
A Universidade Católica e o ISEG estimam que o PIB tenha contraído 8,4%, enquanto o Forum para a Competitividade prevê uma queda no conjunto do ano de 2020 entre 8% e 10%.
O INE irá ainda detalhar os dados relativos ao quarto trimestre. Depois de recuperação em cadeia de 5,7% no terceiro trimestre, a economia portuguesa terá recuado novamente nos últimos três meses de 2020. Segundo as projeções do BdP, o Produto Interno Bruto terá caído 1,8% em cadeia e 8% em termos homólogos. Na altura da divulgação do Boletim Económico, o governador Mário Centeno afirmou que a contração é “consequência da segunda vaga da pandemia e das medidas que foram adotadas”.
Ainda assim, na semana passada admitiu que “o quarto trimestre possa vir a ter um comportamento muito em linha com aquilo que foi o terceiro trimestre do ponto de vista do crescimento”.
“Esta revisão em alta da previsão para o quarto trimestre vem no seguimento de outras revisões que foram sendo feitas ao longo do segundo semestre de 2020 mostra que houve uma capacidade de adaptação muito significativa das economias, das empresas, dos trabalhadores”, afirmou em entrevista à RTP.
Os analistas da Católica antecipam uma quebra homóloga de 9% no quarto trimestre, tal como o ISEG, prevendo uma queda em cadeia de 2,9%. Já o Forum para a Competitividade projeta uma quebra em cadeia no quarto trimestre entre 2% e 5%, de que terá resultado uma variação homóloga entre 8% e 11%.
O Eurostat irá ainda publicar a primeira estimativa para o PIB da zona euro e da União Europeia. Na zona euro, o consenso dos analistas aponta para um recuo em cadeira mais ligeiro, de 1,2%, face ao crescimento de 12,5% no terceiro trimestre e em termos homólogos, a estimativa é de uma contração de 5,4%. Segundo os economistas do ING, a economia da zona euro poderá mesmo ter contraído menos de 1% em cadeia, com números surpreendentemente positivo da Alemanha, da Bélgica e de Espanha, com um recuo menor que esperado para a França.
Segundo os dados já conhecidos, a economia alemã caiu 5% em 2020, a maior contração desde a crise financeira de 2008, mas cresceu 0,1% no último trimestre. Já França registou uma queda do PIB de 8,3% em termos homólogos, tendo recuado 1,3% no último trimestre de 2020. Já a economia espanhola encolheu 11% na totalidade de 2020. Contudo, no último trimestre cresceu 0,4% em cadeia.
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