As decisões de uma gestora de frotas têm implicações em termos de investimento durante um período mínimo de três a cinco anos. Ora, perante a alteração das condições da mobilidade automóvel e a migração para novas tecnologias em termos de propulsores, as gestoras de frotas querem segurança em relação aos custos fiscais.
Quais os grandes desafios do momento para as empresas frotistas? Fiscalidade, mudança de paradigma nas motorizações, incerteza da economia ou atitude do cliente final?
Sem dúvida um dos mais importantes desafios atuais é a maior consciência ambiental e energética, que está a fomentar a transição para modos de propulsão mais eficientes, como os carros eletrificados, híbridos plug-in e as novas gerações de motores a diesel, sendo por isso necessário repensar, de imediato, alguns aspetos cruciais para o bom funcionamento do setor da mobilidade.
Há que destacar, neste sentido, o desafio fiscal. É fundamental definir uma estratégia fiscal adaptada à nova realidade da mobilidade automóvel e da gestão de frotas. Considerando que a gestão de frotas implica decisões entre três a cinco anos, seria importante que as empresas pudessem ter alguma segurança relativamente aos custos fiscais no futuro, como têm com os seus custos de investimentos assegurados através das associadas da ALF.
Uma das grandes vantagens do renting é precisamente a segurança que oferece durante o contrato, em que os custos são conhecidos e estáveis. Logo, os clientes não têm que se preocupar com estas variações que vão ocorrendo.
Como tem evoluído o negócio do setor?
Os resultados da frota ativa divulgados recentemente pela ALF, em relação ao primeiro semestre deste ano, mostram que as empresas de renting registaram níveis de desenvolvimento positivos: a frota ativa gerida pelas empresas de renting alcançou as 115.478 viaturas (crescimento de 5,7% em relação ao primeiro semestre de 2018), num valor de 1,8 mil milhões de euros (uma subida de 9,5%). O aumento verificado no número de viaturas geridas pelas rentings correspondeu a 6.277 viaturas adicionais.
Ainda que com um ligeiro decréscimo em termos da produção de viaturas novas em 2019, os números revelam que no primeiro semestre foram adquiridas 14.682 viaturas no valor de cerca de 300 milhões de euros. Esta tendência acompanha a verificada no setor automóvel em geral.
As frotas caminham definitivamente para uma economia verde descarbonizada?
É essa a tendência. Até porque apostar numa frota mais ecológica traz, obviamente, vantagens para as empresas, que assim podem reduzir a sua pegada ambiental e contribuir, de forma positiva, para a preservação do meio ambiente, liderando ao nível das boas práticas.
Paralelamente, a carga fiscal também poderá ser atenuada, nomeadamente no que diz respeito a híbridos e elétricos, onde se verifica um desagravamento ou mesmo eliminação da tributação autónoma, assim como a possibilidade de dedução de IVA e aumento do limite das depreciações aceites fiscalmente.
Neste âmbito, o renting tem assumido particular importância ao permitir uma renovação rápida e eficaz do parque automóvel, quer ao nível das normas, quer ao nível do acesso à mobilidade híbrida e elétrica, devido à redução do risco, controlo e previsibilidade de custos que estão associados ao renting.
Para uma aceleração no sentido da descarbonização quem está a colocar mais entraves: as empresas que são clientes finais ou os utilizadores das viaturas? A morte anunciada do diesel é prematura?
Os maiores entraves ao desenvolvimento de frotas ecológicas não se colocam ao nível das empresas, nem dos clientes, mas sim ao nível do sistema de carregamento e de autonomia.
A infraestrutura de recarregamento é claramente uma área em que o país e a União Europeia precisam de progredir muito. Por outro lado, será também fundamental, como já referimos, definir uma estratégia fiscal adaptada à nova realidade da mobilidade automóvel e da gestão de frotas.
Relativamente ao diesel, é importante realçar que as viaturas que respeitam as normas EUR 5 e 6 são mais eficientes e menos poluentes, pelo que o diesel ainda está para ficar enquanto se atravessa uma transição gradual.
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