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Fundos de investimento devem apostar mais na sustentabilidade

‘Baby-boomers’ são os que mais defendem, em Portugal, que todos os fundos de investimento devem considerar fatores de sustentabilidade, revela estudo da Schroders. Mas investimento com base neste critério ainda é mais intenção do que prática.
30 Setembro 2019, 07h38

A maioria dos investidores em Portugal afirma que todos os fundos de investimento deveriam considerar fatores de sustentabilidade e não apenas os denominados “fundos de investimento sustentável”. A conclusão é de um estudo da gestora de ativos Schroders, que revela que, contrariando a tendência global, são os investidores da geração baby-boomer que em Portugal mais concorda com esta afirmação.

No “Schroders Global Investor Study de 2019”, a gestora de ativos conclui que cerca de três quartos dos investidores nacionais entre os 51 aos 70 anos partilham esta ideia, seguidos por 68% dos investidores da ‘geração X’ e 58% dos millennials.

A nível global é a geração dos 38 aos 50 anos que lidera o pódia(65%), à frente dos baby-boomers (62%) e dos millennials (60%).

Questionados sobre que alterações podem potenciar o investimento sustentável, a mensagem também é clara: a regulação e a transparência têm um papel importante na hora da decisão. Nesse sentido, 60% dos investidores a nível mundial e 56% em Portugal consideram que alterações na regulação, “que encorajem o investimento sustentável, poderia motivá-los a fazê-lo”. Já mais de metade dos investidores em Portugal (57%) e 60% dos investidores a nível global também afirma que “classificações independentes, que confirmem a abordagem sustentável dos fundos, também os motivaria a investir dessa forma”.

Mas entre o interesse em investimento de sustentabilidade e a efetiva compra de ações com base neste critério a distância ainda é grande. Em Portugal, 30% de investidores assinalam ter interesse em ações sustentáveis, mas apenas 17% investe efetivamente com base neste crítério, em linha com a tendência global, já que 32% dos investidores a nível mundial identificam ter interesse em investir em sustentabilidade, contudo, apenas 16% o faz.

“Continua a haver uma diferença entre as ambições de investimento sustentável e a realidade, no que diz respeito à forma como os investidores definem as suas prioridades de investimento. Uma percentagem significativa de investidores acredita claramente que o investimento sustentável é importante, mas isso ainda não se traduz em ações tangíveis da maioria”, refere Carla Bergareche, diretora-geral da Schroders em Portugal e Espanha.

Em causa continua a ordem das prioridades financeiras dos investidores. A nível global, a sustentabilidade surge em quinto lugar na tabela de critérios – em Portugalm surge em quarto lugar-, liderada pela necessidade de evitar a perda de dinheiro. Alcançar as expetactivas de retorno, gerar o nível de rendimento esperado e verificar se as comissões de serviço são razoáveis são as restantes prioridades que antecedem a sustentabilidade.

O estudo, que inquiriu mais de 25 mil investidores de 32 países, quebra também o mito de que são os millennials que lideram o interesse em investimento sustentável, e conclui que são os investidores da ‘geração X’ os mais motivados para investir em sustentabilidade. Dos investidores desta geração, 61% assinala que “têm sempre em conta fatores de sustentabilidade quando escolhem um produto de investimento”, face a 59% dos millennials e 50% dos baby-boomers (dos 51 aos 70 anos). Em Portugal esta tendência difere, e mais uma vez, são os baby-boomers que lideram a tabela (69%), seguidos dos da ‘geração X’ e dos millennials (52%).

“Apesar de tudo isto, os millennials portugueses são a geração que, mais provavelmente, já investe em ativos sustentáveis: 23% deles afirma já investir em sustentabilidade vs 7% das gerações mais velhas”, explica o estudo.

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