Numa reunião com os funcionários da Facebook, em julho, o co-fundador e presidente executivo da dona da rede social mais popular do mundo, Mark Zuckerberg prometeu enfrentar e derrotar uma das pretensas candidata do Partido Democrata à presidência dos EUA, Elizabeth Warren, caso esta chegue à Casa Branca e quiser acabar com as grandes empresas tecnológicas do país, de acordo com uma gravação de áudio do “The Verge”.
“Se Warren for eleita, apostaria que iremos ter uma batalha legal e apostaria que a iremos ganhar. Isso vai ser mau para nós? Sim, não quero colocar um grande processo ao nosso próprio governo. Mas se alguém fizer ameaças existenciais, então entras no ringue e lutas”, afirmou Zuckerberg.
Elizabeth Warren é atualmente uma senadora do Partido Democrata, eleita pelo Estado do Massachusetts, conhecida por defender o desmantelamento das grandes empresas tecnológicas dos EUA, por considerar “excessivo” o poder destas no mercado e sobre o público em geral. Por isso, Mark Zuckerberg usou da palavra prometendo resistência às ambições de Warren.
Esta quarta-feira, depois de terem sido divulgadas as gravações de áudio das declarações de Zuckerberg, Warren reafirmou a sua intenção e garantiu, através da rede social Twitter, que o “verdadeiramente mau” seria não eliminar “um sistema corrupto que permite às empresas gigantes como a Facebook terem práticas anticoncorrenciais, desrespeitar o direito à privacidade e hesitar repetidamente na sua responsabilidade de proteger” a democracia.
Facebook’s anti-competitive mergers mean they face no real pressure to tackle disinformation. They won’t even do the bare minimum to improve transparency.
Tech giants shouldn’t be able to wield enough power to undermine our democracy. https://t.co/2gmiydwY76
— Elizabeth Warren (@ewarren) October 1, 2019
Para Zuckerberg, acabar com as grandes empresas tecnológicas, através da sua divisão em diversas unidades, não garantiria o fim de interferências nos processos eleitorais. Nas gravações divulgadas, o cofundador da Facebook defendeu o contrário e opinou que “as empresas não podem coordenar-se e trabalhar em conjunto”.
Desde o caso que envolveu a Facebook com a Cambridge Analytica, uma consultora que utilizou uma aplicação para recolher informação pessoal de milhões de internautas sem o seu consentimento e com fins políticos, que a empresa de Mark Zuckerberg tem-se visto envolvida em vários escândalos.
A Cambridge Analytica serviu-se de dados da Facebook para elaborar perfis psicológicos de eleitores, que alegadamente terão sido usados pela campanha eleitoral de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016.
A Facebook está a ser investigada pela Comissão Federal do Comércio, que a multou em cinco mil milhões de dólares (4,6 mil milhões de euros), por más práticas em relação à privacidade dos seus utilizadores.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com