A Fitch salienta que a dívida pública portuguesa aumentou, mas existem fatores atenuantes, esperando uma redução do rácio da dívida pública face ao PIB abaixo dos 130% depois de 2022. A agência de notação financeira espera uma retoma de 4,8% este ano, seguida de 2,4% em 2022, mas alerta para a elevada incerteza.
Alex Muscatelli, analista de rating soberano da Fitch, durante o webinar “Portugal and Greece Credit Outlook 2021” esta quinta-feira, assinalou que a estimativa do peso da dívida portuguesa face ao PIB é o terceiro mais elevado da zona euro e estima que se fixe em 133,5% do PIB este ano. Porém, admitiu que a projeção poderá ser revista “devido a 2020 ser melhor do que o esperado”, vendo “para o próximo ano a dívida a cair novamente”.
“Embora Portugal partilhe com a Grécia uma elevada exposição ao sector do turismo, a economia portuguesa registou um crescimento acelerado no terceiro trimestre de 2020”, frisou ainda Alex Muscatelli.
Contudo, alertou para os riscos descendentes associados às projeções, nomeadamente a atual situação epidémica em Portugal, que enfrenta uma forte subida das infeções por Covid desde o início do ano.
Realçou ainda os riscos associados ao Orçamento do Estado, como “uma política mais expansiva”, como resultado das avaliações salariais do setor público, bem como na banca as moratórias até setembro, que no curto prazo irá apoiar a qualidade dos ativos, mas levanta incertezas a longo prazo.
O webinar da Fitch não está ligado a nenhuma ação de rating da agência de notação financeira. A última avaliação à dívida portuguesa foi em novembro, na qual manteve a notação da dívida soberana portuguesa em ‘BBB’ e a perspetiva económica nacional como ‘estável’, optando por deixar inalterada a avaliação que faz da capacidade do Estado português cumprir com os seus compromissos.
A agência justificou a decisão com a expetativa de que o país retome a trajetória de consolidação orçamental pré-Covid-19, fruto da política orçamental “prudente” do governo nacional, tendo elogiado ainda os mecanismos de preservação de emprego criados para lidar com o impacto da pandemia, mas alertou para as “fracas tendências laborais subjacentes” que se continuam a verificar na economia.
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