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Moody’s projeta que emissões de obrigações sustentáveis cresçam para 650 mil milhões de dólares este ano

A Moody’s projeta um aumento no valor da emissão de obrigações sustentáveis de 31% este ano face a 2020. A principal fatia será em obrigações verdes, que poderão atingir 375 mil milhões de dólares.
4 Fevereiro 2021, 17h50

A Moody’s projeta que as emissões de dívida sustentável atinjam 650 mil milhões de dólares este ano, um novo recorde que se traduz num aumento de 32% face ao ano passado, podendo representar entre 8 a 10% do total das emissões de dívida em 2021.

“Projetamos 375 mil milhões de dólares em obrigações verdes, 150 mil milhões de dólares em obrigações sociais e 125 mil milhões de dólares em obrigações de sustentabilidade”, refere Matthew Kuchtyak, analista da Moody’s Investors Service, no relatório publicado esta quinta-feira, salientando esperar que “a emissão de obrigações verdes suba 39% este ano, à medida que a economia continue a recuperar e os emissores procurem cada vez mais financiamento da dívida para projetos amigos do ambiente”.

A Moody’s projeta assim que a dívida sustentável represente 8 a 10% do total das emissões de obrigações em 2021, que compara com os 5,5% do ano passado. No entanto, antecipa que o aumento da emissão de obrigações sociais e de sustentabilidade irá diminuir à medida que os financiamentos relacionados com a pandemia comecem a estagnar.

As projeções da agência apontam para um crescimento das obrigações sociais de 6% este ano, depois de terem aumentado sete vezes no ano passado, enquanto as obrigações de sustentabilidade poderão aumentar 58%.

“Embora as obrigações sustentáveis tenham respondido por uma parte relativamente pequena dos volumes globais de obrigações até ao momento, esperamos que a sua participação na emissão continue a aumentar, como tem acontecido nos últimos anos”, pode ler-se no relatório.

Salienta ainda que o principais desenvolvimentos financeiros sustentáveis irão avançar “significativamente” em 2021, particularmente as obrigações vinculadas à sustentabilidade e ao financiamento de transição.

“As obrigações vinculadas à sustentabilidade têm forte potencial de crescimento, pois permitem que os emissores mantenham a flexibilidade dos empréstimos para fins corporativos em geral, ao mesmo tempo que ainda atraem investidores preocupados com a sustentabilidade”, refere.

A agência sublinha ainda que a política orçamental deverá apoiar ainda mais o crescimento e desenvolvimento sustentável do mercado de dívida no próximo ano, conforme os países endossam esforços para iniciativas relacionadas com as alterações climáticas e associam os planos de recuperação económica às metas de desenvolvimento sustentável.

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