A Confagri — Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas receia que o próximo Governo crie um superministério da Economia e acabe com o Ministério da Agricultura, das Florestas e do Desenvolvimento Rural, bem como da Comissão da Agricultura na Assembleia da República.
“Já no passado existiu essa ideia durante a fase de constituição do Executivo de passar a pasta da Agricultura para uma Secretaria de Estado e de acabar a Comissão Parlamentar da Agricultura na Assembleia da República e substituí-la por uma subcomissão. A Confagri não concorda com esta ideia”, disse o secretário-geral da Confagri, Franscisco Silva, ao Jornal Económico.
E explica que se opõe ao fim do Ministério da Agricultura e da Comissão dada a “importância que a agricultura adequiriu nos últimos anos, pelas negociações que estão em curso em Bruxelas sobre a Política Agrícola Comum (PAC) pós 2020 e pelas alterações climáticas que é um assunto que tem de ser sempre acompanhado pelo sector agrícola”.
Por outro lado, Francisco Silva relembra que “já no passado nos tivemos de bater para que a Comissão de Agricultura não acabasse. Criar um superministério da Economia, completamente desfasado das questões agrícolas, seria uma situação prejudicial para a agricultura. Não acreditamos que isso possa vir a acontecer mas decidimos tomar uma posição política”.
Recorde-se que a Confagri emitiu esta semana um comunicado em que considera que o debate sobre a agricultura portuguesa, a floresta e o desenvolvimento sócio-económico das áreas rurais deverá “assumir grande relevo na próxima legislatura”.
Alterações climáticas
Para a Confederação, a mitigação dos efeitos das alterações climáticas, o futuro da nossa alimentação, a soberania alimentar, o ordenamento dos espaços florestais, e a distribuição dos incentivos à atividade agroalimentar pós-2020 são, entre outras, questões que “conduzirão a acesos debates na sociedade portuguesa, que exigem opções escrutinadas, ponderadas e responsáveis.
A Confagri, enquanto confederação nacional representativa dos agricultores portugueses organizados de forma cooperativa, “manifesta a sua total disponibilidade para dialogar com o futuro Governo, bem como com as forças partidárias que integram o novo Parlamento, na procura das soluções que garantam uma actividade agrícola e agroalimentar sustentável no nosso país”.
Quanto ao próximo Orçamento do Estado para 2020, Francisco Silva considera como “principal medida a contratação das disponibilidades financeiras para as políticas comunitárias”.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com