Esta manhã, a União Europeia e o Reino Unido chegaram a um acordo sobre o Brexit. Os progressos animaram os mercados que viram a libra a valorização da libra a disparar pela terceira sessão consecutiva. A divisa britânica apreciava, momentos depois do anuncio da chegada a um acordo, 0,88% face ao dólar, para 1,29 dólares, enquanto o euro quebra 0,38% face à libra, para 0,85 euros.
De acordo com o analista da Allianz Global Investors a tendência irá manter-se com os bancos, as PMEs, construtoras, retalhistas e utilities a verem as suas acções a serem beneficiadas enquanto que as exportadoras vão registar perdas.
Matthew Hall falou com a Bloomberg sobre o que se avizinha para as empresas e afirmou que “se houver um acordo sobre o Brexit, a incerteza política seria reduzida, a libra seria apreciada, e isso seria naturalmente positivo para empresas domésticas do Reino Unido e negativo para empresas internacionais”.
As instituições financeiras britânicas estão entre as ações mais afetadas pela incerteza do Brexit. Em agosto, os analistas do Citigroup previram que um cenário de no deal poderia reduzir seus ganhos em 25%.
Na sexta feira passada, as ações do Royal Bank of Scotland Group e Lloyds Banking Group dispararam devido aos tremores do risco de um acordo ficar por terra, de acordo com Jonathan Tyce, da Bloomberg Intelligence – chegou a 16%, o máximo em quase uma década.
As pequenas e médias empresas também sairão a ganhar já que os grandes players podem cair na bolsa, estima a Bloomberg. Este verão, várias empresas britânicas alertam para o impacto que o Brexit provocaria nos negócios, incluindo empresas como a agência de recrutamento PageGroup, a retalhista de carros Pendragon e a empresa imobiliária Savills, enquanto a Thomas Cook Group foi à falência.
Entre outros membros do FTSE 250, o Dixons Carphone e o Card Factory foram afetados pela desaceleração dos gastos em Westminster e caíram 70% e 51%, respectivamente, desde a votação do Brexit.
O setor imobiliário também tem estado sob pressão. A Morgan Stanley previu no mês passado que o grupo poderia valorizar 20% se um acordo fosse alcançado ou cair 18% num cenário de no-deal. O valor da Crest Nicholson Holdings, sediada em Londres, recuou 31% desde o referendo, enquanto a Taylor Wimpey caiu cerca de 15%.
Os grandes retalhistas podem ver os seus lucros aumentar caso o acordo fique fechado. A redução dos gastos dos consumidores devido às incertezas económicas que poderiam advir de um Brexit sem acordo os retalhistas teve um impacto negativo das retalhistas. O FTSE 350 General Retailers Index recuou 20% desde o referendo. Com a confiança dos empresários e consumidores restaurada, as retalhistas podem agora ver os seus ganhos aumentar.
Os grandes perdedores serão utilities, diz Matthew Hall. Os ganhos que a libra deverá registar poderão impactar negativamente as empresas que exportam para os EUA, já que têm beneficiado da depreciação da libra face ao dólar.
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