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Catalunha: Puigdemont critica “deslealdade” entre independentistas

Exilado na Bélgica Carles Puigdemont não gostou da criação de um grupo de trabalho para baixar a tensão e alcançar uma solução para o conflito em Barcelona.
20 Outubro 2019, 11h44

O ex-presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, advertiu este domingo que a “deslealdade e a divisão intencionais” no espaço independentista são um obstáculo “difícil de superar”, numa resposta à iniciativa do presidente do Parlamento da Catalunha, Roger Torrent.

Torrent, a autarca de Barcelona, Ada Colau, e representantes do CCOO, UGT, Pimec, Foment del Treball, Circulo de Economia, LaFede.cta, a Taula del Tercer Sector e a FAVB reuniram-se no sábado para criar um espaço de trabalho que tem como objetivo baixar a tensão e alcançar uma solução democrática para o conflito político na Catalunha.

A iniciativa incomodou o JxCat, que criticou o facto de não ter sido informada do encontro e de ter sido “vetada” a Assembleia Nacional Catalã (ANC), pelo que pediu explicações a Torrent.

Nesse contexto, o líder do JxCat, Carles Puigdemont, lançou uma mensagem na rede social Twitter: “A deslealdade e a divisão intencionais são um grave obstáculo, difícil de superar. Nenhum calculo partidário o justifica. Alguns vão dar conta quando já for demasiado tarde e descobrirão que a unidade que tanto reclamamos haveria sido muito eficaz nestes momentos”.

O primeiro vice-presidente do Parlamento e deputado do JxCat, Josep costa, lamentou-se na mesma rede social, avançando que conheceu a proposta de Torrent pela imprensa e que não se tenha criado um espaço de trabalho “transversal”.

Este domingo, uma centena de pessoas deslocou-se até à residência de Puigdemont, na localidade belga de Waterloo, para iniciar uma marcha de 17 quilómetros até Bruxelas para protestar contra a sentença do Supremo Tribunal aplicada aos políticos independentistas.

Puigdemont foi saudar os manifestantes, que se juntaram debaixo de chuva, e disse-lhes que não os podia acompanhar porque tinha “trabalho”.

Com a polícia em alerta máximo devido à escalada de violência nos últimos dias, e um grande dispositivo no centro de Barcelona, houve apenas momentos de tensão intermitentes na praça Urquinaona, epicentro da batalha campal de sexta-feira.

Os movimentos de protesto começaram na segunda-feira, depois de ser conhecida a sentença contra os principais políticos catalães responsáveis pela tentativa de independência, em outubro de 2017. Os juízes decidiram condenar nove deles a penas até 13 anos de prisão, por delitos de sedição e peculato.

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