A poucos dias de ser substituído na presidência da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker apelou aos deputados do Parlamento Europeu (PE) para lutarem contra o surgimento do populismo na Europa.
“Lutem, com todas as vossas forças, contra os nacionalismos estúpidos”, pediu Juncker, esta terça-feira, aos deputados do PE, que reuniu em sessão plenária, em Estrasburgo que, a par de Bruxelas, é uma das duas cidades onde o PE tem sessões plenárias.
No discurso, intitulado “A Europa: Um Assunto do Coração”, Juncker fez um balanço dos cinco anos em que esteve na liderança da Comissão Europeia. “Quando iniciei funções em 2014, a Europa estava fragilizada, com numerosas fissuras e ruturas na solidariedade”, disse o ainda presidente da Comissão.
Juncker lembrou que teve por objetivo dar um carácter político à Comissão. “Eu quis que os Comissários fossem eleitos – e foram-no”, disse, com a exeção do Comissário britânico. “E eu queria que os Comissários fossem caras conhecidas – nos seus países e na Europa”.
“Nos últimos cinco anos, organizámos 1.815 diálogos com os cidadãos e os Comissários estiveram 911 vezes nos Parlamentos nacionais e nos Parlamentos regionais”, revelou Juncker.
Juncker relembrou ainda as três palavras de ordem quando se apresentou ao Parlamento há cinco anos: “crescimento, emprego e investimento”.
“Estamos no vigésimo-quinto trimestre consecutivo de crescimento. Tivemos sete anos de crescimento na União Europeia. Criámos 14 milhões de postos de trabalho. O desemprego é o menos elevado desde o ano 2000. 241 milhões de europeus têm trabalho, o que representa uma taxa de emprego de 73,9%”, disse o presidente da Comissão.
O ‘Plano Juncker’ também não foi esquecido pelo cérebro que o pensou. “O ‘Plano Juncker gerou investimentos na casa dos 439 mil milhões de euros”, vincou o presidente da Comissão. “Mais de um milhão de empregos foram criados graças a este plano”.
Entre as desilusões que marcaram o mandato, Juncker falou do fracasso “no avanço do dossiê na unificação cipriota”, ilha dividida num lado turco e um lado cipriota. E, “também não fomos capazes de concluir um tratado com a Suíça, apesar dos inúmeros esforços”, disse o luxemburguês.
Juncker culpou os Estados Membros por não ter conseguido “aperfeiçoar a União Bancária”. “Não foi por falta de propostas de Comissão, mas antes por culpa – graças à ausência de esforço – dos Estados Membros”, frisou.
“Se não completarmos a União Bancária como deve ser, de forma a tornar a União Económica e Monetária numa união bancária que caracteriza, no mundo inteiro, todas as uniões monetárias, não estaremos prontos para responder ao próximo choque – seja ele interno, seja ele do exterior”, vincou Juncker.
Além disso, para completar a União Bancária, Juncker disse falta “pôr em funcionamento um sistema de garantia de depósitos”, algo que qualifica como uma “obrigação ardente”.
“Sem garantia de depósitos, não há uma União Bancária, e sem União Bancária”, não há mais União Económica e Monetária”.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com