O BPI registou uma quebra 52%, para 253,6 milhões de euros, no seu resultado consolidado relativo aos primeiros nove meses de 2019, em comparação com o período homólogo de 2018, de acordo com o comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta segunda-feira, 4 de outubro.
O banco liderado por Pablo Forero dá conta que o resultado líquido se deveu “impactos positivos extraordinários registados em setembro de 2018 [160 milhões de euros essencialmente ganhos com a venda de participações] na atividade em Portugal e que não se repetiram em 2019, e pela alteração da classificação contabilística do BFA no final de 2018, pelo que o resultado consolidado passa a partir de 2019 a refletir os dividendos do BFA atribuídos ao BPI quando anteriormente refletia a apropriação de resultados do BFA por equivalência patrimonial”.
O BFA contribuiu para o lucro consolidado com 86,4 milhões de euros, um valor que inclui os “dividendos relativos ao exercício de 2018 atribuídos ao BPI. Também por parte do BFA “uma reversão de impostos diferidos passivos [51 milhões de euros]” contribuiu para o resultado do BPI. Já provenientes de Moçambique, o BCI gerou 14,5 milhões de euros.
O BPI informa que os depósitos e seguros de capitalização obtiveram um “crescimento sólido”. Neste sentido, nos primeiros nove meses do ano, o BPI registou um aumento de 2,2%, para 733 milhões, no que respeita aos recursos totais de clientes. No que classifica como “dinamismo da atividade comercial”, o BPI no mercado doméstico inclui ainda recursos com registo fora do balanço, totalizando 33.928 milhões de euros no final de setembro .
Os depósitos de clientes aumentaram 1.228 milhões de euros, para 22.336 milhões de euros, enquanto os depósitos de investidores institucionais e financeiros diminuem 63% face a igual período de 2018, “o que resulta de uma política ativa do BPI de redução destes depósitos com o objetivo de otimizar os rácios de liquidez”.
Os seguros de capitalização também registaram um crescimento significativo, com uma subida de 9% desde o início do ano, para 4.475 milhões de euros.
No que respeita ao crédito, o banco liderado por Pablo Forero registou um crescimento de 2,6%, ou seja um incremento de 602 milhões de euros, na sua carteira de crédito total, quando a sua quota de mercado chegava aos 10,2% em julho. Já sobre as empresas, a carteira de crédito cresceu 756 milhões de euros face a setembro de 2018 – a quota de mercado sobre as empresas cresceu 0,87 pontos percentuais nos últimos 12 meses para 10% em julho deste ano.
Assim, a margem financeira do BPI cresceu 3,4% entre janeiro e setembro deste ano, para 326,1 milhões de euros, face ao período homólogo de 2018, “apoiada pelo crescimento da carteira de crédito total, e apesar do ambiente de juros negativos”.
A “margem financeira mantém crescimento suportado pela atividade comercial”, suportada também pelas receitas de comissões líquidas, que desceram 9 milhões de euros face ao período homólogo, para 192,5 milhões, “uma vez que já não beneficiam do contributo dos negócios de cartões, acquiring e banca de investimento alienados em 2018″.
O BPI diz ainda continuar a registar “uma melhoria dos indicadores de qualidade do crédito”, sobretudo porque o rácio non-performing exposures (NPE), segundo critérios da EBA, melhrou de 3,5% em dezembro de 2018, para 3,2% em setembro de 2019. A cobertura de NPE por imparidades e colaterais situa-se em 124%.
“A elevada qualidade da carteira de crédito permitiu, nos nove primeiros meses de 2019, reversões de imparidades de crédito de 7,6 milhões de euros e a recuperação de 11 milhões de euros de créditos anteriormente abatidos ao ativo. Assim, o custo do risco de crédito, medido pelas imparidades líquidas de recuperações de crédito anteriormente abatido ao ativo, foi de -19 M.€ [-0,10% da carteira de crédito, em termos anualizados] nos nove primeiros meses de 2019”, lê-se no comunicado de contas.
Na divulgação das suas contas, o BPI informa que “mantém forte capitalização” no que respeita aos rácios de capital, apresentado-os “consolidados” com composição “otimizada”: rácio CET1 de 12,7%, rácio T1 de 14.2% e Rácio de capital total de 15,9%. Estes dados incluem “o resultado dos primeiros nove meses deduzido do dividendo de acordo com o limite superior da política de dividendos e após distribuição de reservas livres, sujeito à aprovação pela entidade de supervisão”.
Já os rácios de capital proforma antes da distribuição de reservas são: CET1 de 13.6%, T1 de 15.2% e capital total de 16.9%.
A par dos rácios, o BPI diz ter tido a melhor avaliação individual de solidez financeira e rating de depósitos em Portugal, atribuídos pela agência de notação Moody’s, ainda com “dívida de longo prazo do BPI classificada no segundo nível de grau de investimento (BBB) pela Fitch e Standard & Poors”.
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