O presidente do governo regional da Catalunha, Quim Torra, negou esta quinta-feira “qualquer ligação” com os independentistas em prisão preventiva, acusados de pertencer a um grupo “terrorista” e de planear a ocupação do parlamento regional.
A negação surgiu depois do primeiro-ministro espanhol em funções, Pedro Sánchez, ter pedido esclarecimentos após a imprensa ter publicado essas acusações, a dias das eleições legislativas de domingo.
Segundo as transcrições de escutas telefónicas consultadas pela agência de notícias francesa France Presse, dois dos suspeitos detalharam planos para ocupar o parlamento catalão e “resistir uma semana” com o governo regional “no interior”.
O homem apresentado como o fundador do grupo também se gabava de trabalhar para “proteger as conversas” entre Quim Torra e o anterior presidente catalão Carles Puigdemont, que fugiu para a Bélgica.
No vídeo das declarações aos procuradores, esse homem argumentou também que a instrução para ocupar o parlamento “veio da presidência de Torra”.
Em comunicado, o atual presidente catalão negou e disse não “dar credibilidade” às informações publicadas, afirmando “não ter tido nenhum tipo de relacionamento com os detidos”.
A Guardia Civil suspeita que esses ativistas queriam ocupar o parlamento catalão no mesmo dia em que foram anunciadas as sentenças de prisão dos nove líderes pró-independência, pela tentativa de secessão em 2017.
Essa condenação, a 14 de outubro, foi imediatamente seguida por uma onda de protestos na Catalunha, marcada por distúrbios violentos.
Os ativistas acusados de quererem ocupar o parlamento foram presos em setembro por pertencerem, segundo a justiça espanhola, a um novo grupo intitulado Equipa de Resposta Tática, que é acusado de querer estabelecer a República catalã “por todos os meios, incluindo violência”.
Um deles é acusado por ter acumulado em casa “equipamentos e substâncias que podem ser usados para fabricar explosivos”.
Para o advogado Xavi Pellicer, coordenador da defesa dos réus, “a acusação de terrorismo não é, de todo, sustentada”, nem qualquer outra, e o caso é baseado “na intencionalidade e ideologia dessas pessoas, mais do que em fatos concretos”.
A única ação em que alguns dos suspeitos estão acusados de terem realizado foi o derramamento de óleo numa estrada, pela qual a comitiva que levava os líderes independentistas para o julgamento em Madrid tinha de passar.
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