Com o arranque da conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, a Associação Ambientalista Zero apresentou as dez principais instalações em Portugal, responsáveis pela emissão de gases de efeito de estufa. Tendo como base os dados do registo do comércio europeu de licenças de emissão relativos a 2018, a Zero assume que as centrais termoelétricas a carvão, de Sines e do Pego, são as que mais emitem dióxido de carbono.
A liderar o primeiro e segundo lugar, estas centrais “quando comparadas com as emissões totais do país em 2017, foram responsáveis por 15% do total de emissões de dióxido de carbono-equivalente”, sendo que este valor “impõe urgência nas mesmas serem substituídas pela utilização de centrais de ciclo combinado a gás natural existentes, como recurso transitório e, a curto/médio prazo, por fontes de energia limpa”.
Apesar desta indústria ter “mecanismos para a remoção de grande parte de determinados poluentes atmosféricos, mas tal não é possível em relação às emissões de CO2”, sendo que o setor da produção de eletricidade é responsável por 20,5% das emissões totais, ou seja, cerca de um quinto do total.
Por sua vez, o terceiro lugar deste ranking é ocupado pela refinaria de petróleo de Sines. A indústria petrolífera regressa à lista na oitava posição, com o posto ocupado pela refinaria de petróleo do Porto. A produção de cimento ocupa a quinta, sexta e nona posição, ainda que a Zero não refira em que localidades de Portugal, são responsáveis “por uma considerável percentagem de emissões no país”.
Recorrendo aos dados das Redes Energéticas Nacionais das diferentes fontes de produção de eletricidade, a associação garante que as centrais térmicas apresentaram um “cenário de enorme redução de emissões de gases com efeito de estufa entre os ano de 2018 e 2019. “Apesar de uma significativa redução da produção da grande hidroelétrica (barragens) na ordem dos 40% e da manutenção da produção de outras fontes renováveis, o decréscimo de emissões foi de 3,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono”, sustentou a associação ambientalista em comunicado.
Também com a queda de produção das duas centrais de carvão para metade, e juntando a produção de eletricidade destas e das centrais térmica e das de ciclo combinado a gás natural, as emissões totais “associadas à produção de eletricidade caíram aproximadamente 37%”.
Ainda que não faça parte da lista das 10 instalações mais emissores de gases poluentes em Portugal, a Zero alerta a poluição gerada pela TAP. “Apesar de não se tratar de uma unidade industrial, as companhias de aviação estão incluídas no comércio europeu de licenças de emissão”, afirma a associação ambientalista.
Na lista que data de 2017, a Transportes Aéreos Portugueses (TAP) ocupava a oitava posição, com 1,2 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono, aumentando 13% para 1,4 milhões em 2018, passando a ocupar a quinta posição.
Posição | Designação | Empresa | Toneladas CO2 em 2018 | Variação (%) |
1. | Central Termoeléctrica de Sines | EDP – Gestão da Produção de Energia, S.A. | 7.432.821 | -11,5 |
2. | Central Termoeléctrica do Pego | Tejo Energia, S.A | 2.792.244 | -25,5 |
3. | Refinaria de Sines | Petróleos de Portugal – Petrogal S.A | 2.359.050 | -9,4 |
4. | Central de Ciclo Combinado da Tapada do Outeiro | Turbogás – Produtora Energética, S.A | 1.501.817 | +3,1 |
5. | Cimpor – Centro de Produção de Alhandra | CIMPOR – Indústria de Cimentos, S.A. | 940.174 | -25,8 |
6. | Centro de Produção de Souselas | CIMPOR – Indústria de Cimentos, S.A. | 889.585 | +3,1 |
7. | Central Termoelétrica do Ribatejo | EDP – Gestão da Produção de Energia, S.A | 869.142 | -8,0 |
8. | Refinaria do Porto | Petróleos de Portugal – Petrogal S.A | 857.169 | -11,9 |
9. | Fábrica SECIL – Outão | SECIL – Companhia Geral de Cal e Cimento, S.A | 835.267 | -12,1 |
10. | Central de Ciclo Combinado do Pego | ElecGás, S.A. | 742.714 | -44,0 |
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