Se lhe pedissem 2.500 euros emprestados durante três meses e, em troca, lhe oferecessem nove euros, emprestaria o seu dinheiro? Talvez, tudo depende do seu perfil de investidor. Mas fique a saber que este é o depósito a prazo a três meses mais rentável no mercado que encontrámos. É uma oferta não renovável que o Banco Best está a fazer para os novos clientes, a quem paga uma taxa de juro bruta de 2% (em termos líquidos desce para 1,44%).
O BiG – Banco de Investimento Global tem uma oferta em tudo semelhante à do Banco Best, com a diferença de o mínimo de subscrição ser de 500 euros. Ao fim de três meses, ganharia dois euros.
Esta é a realidade da maioria das taxas de juro pelas quais os bancos estão a compensar os clientes pelo seu capital. A culpada: a Euribor.
A Euribor é a taxa de referência para os bancos fixarem as taxas de juro nos depósitos a prazo e, no momento em que este texto foi escrito, estava negativa nos cinco prazos em que é aplicada: de -0,272% a doze meses até – 0,491% a uma semana.
Os depósitos a prazo são uma aplicação financeira oferecida por todos os bancos e, por isso, bastante popular. Para os investidores que têm aversão ao risco e querem ter o seu dinheiro seguro – mas que não procuram grandes retornos – é uma opção de poupança válida. Afinal, o que fazer com o próprio dinheiro é uma decisão de cada um.
Façamos outro exercício mas, em vez de emprestar dinheiro a um banco, empresta ao Estado 2.500 euros durante dez anos num certificado de aforro que pode subscrever em qualquer balcão dos CTT.
De acordo com as condições de mercado verificadas no dia em que este artigo foi escrito, segundo o simulador online dos CTT, um certificado de aforro de 2.500 euros subscrito no dia 12 de dezembro de 2019 teria uma rentabilidade de 1,30 no quarto trimestre do décimo ano. Por outras palavras, em 2029 teria um ganho adicional de 743,40 euros – uma média de 74,340 euros por ano.
Segundo o IGCP, que emite os certificados de aforro, “a taxa de juro bruta para novas subscrições e capitalizações para certificados de aforro, Serie E, em dezembro de 2019, foi fixada em 0,596%”.
Outra vez, se o perfil do investidor for caracterizado por aversão ao risco, os certificados de aforro são outra opção para ter em conta.
Outra opção segura consiste nos planos de poupança-reforma (PPR), nomeadamente um seguro PPR, porque tem o capital garantido, ao contrário dos fundos PPR.
Mas, segundo a Deco, que analisou a rentabilidade de quase 700 PPR, tanto os que garantem o capital como os de maior risco, renderam, em média, “uns pouco estimulantes 2,2% ao ano” entre 2016 e 2018.
No entanto, numa altura em que a taxa de poupança das famílias está em mínimos históricos e é das mais baixas da Europa, estas três opções para pôr o seu dinheiro a render não vão fazer crescer exponencialmente o seu dinheiro no futuro, quando entrar na reforma.
Mas, se tiver um perfil menos avesso ao risco, considere investir em fundos de investimento em ações, especialmente fundos expostos às cotadas norte-americanas, cujos três principais índices valorizaram mais de 20% nos onze primeiros meses do ano.
Se tiver capital disponível ou quiser contrair um crédito, aproveitando as taxas de juro negativas, poderá adquirir um imóvel para depois arrendar. As rentabilidades no mercado residencial em zonas ‘prime’ em Portugal rondam os 5% a 6% ao ano, mas em alguns casos esta yield pode ser superior, segundo os especialistas ouvidos pelo Jornal Económico.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com