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Governo diz que poucas perguntas sobre recursos humanos são “sinal extraordinário” no reforço de profissionais de saúde

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, abordou as questões referentes aos profissionais de saúde, indicando que o SNS tem sido reforçado desde 2015 com recursos humanos e que assim continuará a ser feito em 2021.
ANTÓNIO COTRIM/LUSA
10 Fevereiro 2021, 16h47

Numa segunda parte da audição da Comissão da Saúde, onde mais de 40 deputados se inscreveram para questionar a ministra da Saúde e os secretários de Estado que a acompanhavam, foram dados valores de investimentos por parte de Diogo Serras Lopes e António Lacerda Sales abordou questões sobre recursos humanos, enquanto coube a Marta Temido abordar outras questões.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, abordou as questões referentes aos profissionais de saúde, indicando que durante as perguntas dos deputados “foram feitas poucas perguntas sobre os recursos humanos” e que este “é sinal do extraordinário esforço” do reforço de profissionais de saúde.

“Desde 2015 que estamos a reforçar o SNS com recursos humanos, continuámos durante a pandemia e continuaremos a fazê-lo no ano de 2021”, admitiu Lacerda Sales durante o seu último discurso. O médico de Leiria que integra a pasta da Saúde no Governo informou os deputados que todas as categorias foram reforçadas com profissionais. “Cuidados hospitalares, cuidados primários, cuidados intensivos, unidades de saúde pública e serviços de emergência médica”, enumerou.

“Fizemos de norte a sul, do litoral ao interior”, declarou o profissional, adiantando que é importante não “esquecer que o SNS é uma ferramenta de coesão social e territorial. Tem o dever de garantir o acesso em todos os graus aos portugueses. Isto é o funcionamento em rede do SNS”.

“Reforçámos os mecanismos nas horas mais carenciadas com a duplicação de três para seis anos de incentivos atribuídos e garantimos reforços de profissionais em todos os locais através de vagas e concursos”, disse. António Lacerda Sales afirmou ainda que “o maior património do SNS são os profissionais”.

No mesmo discurso, o secretário de Estado Adjunto destacou o aumento da cobertura geográfica de alguns rastreios importantes e também do aumento da adesão a rastreios específicos, nomeadamente os do cancro. “Após este momento difícil, a aposta será feita na atividade assistencial destes rastreios”, disse o profissional.

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou na última parte que os fenómenos de frio e calor extremos não podem ser desvalorizados quando é analisado o acréscimo da mortalidade. A governante invocou os dois picos em 2020 na mortalidade em excesso que coincidiram com fenómenos de calor extremo, enquanto o terceiro pico de mortalidade coincidiu com a segunda vaga pandémica.

“Não podemos ignorar que há uma associação entre impactos na mortalidade e fenómenos extremos na temperatura (calor ou frio). Não há nenhum motivo para estes fenómenos serem desvalorizados”, disse a ministra da Saúde.

Diogo Serras Lopes admitiu vários investimentos ao responder a questões dos deputados, nomeadamente a remodelação e ampliação da medicina intensiva no ULS do Litoral Alentejo no valor de 950 mil euros, do projeto de 32,5 milhões de euros da Maternidade de Coimbra, já previsto no Orçamento do Estado para 2021, o avanço da construção de um novo bloco operatório no IPO de Coimbra, a construção de centros de saúde no distrito de Setúbal, nomeadamente Quinta do Conde, Alto do Seixalinho e Feijó, a melhoria do hospital de Beja que afinal vai custar 30 milhões de euros e para o qual “terá de se encontrar fontes de financiamento”.

“O ano de 2020 partiu com 941 milhões de euros para o SNS, aos quais se juntaram 514 milhões no Orçamento Suplementar, e perto de 300 milhões de euros do reforço do capital para os hospitais”, admitiu o secretário de Estado da Saúde. Segundo Serras Lopes, tem-se conseguido “comportar os custos da pandemia” e apontou que é importante referir que “o saldo do SNS tenha melhorado consideravelmente face ao ano passado”.

“Os pagamentos em atraso estão no nível mais baixo de que há memória”, apontando os dados que datam de 2012. “Ter os pagamentos em atraso abaixo dos 100 milhões de euros é extraordinariamente importante tanto para a gestão dos hospitais como para a própria revitalização da economia e todos os fornecedores que trabalham à volta dos hospitais”, admitiu.

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