A refinaria de Sines não vai conseguir substituir vários produtos fabricados na refinaria de Matosinhos. Com o encerramento desta unidade, vários produtos vão deixar de ser completamente produzidos em Portugal, sendo necessário passar a comprá-los ao exterior.
O alerta foi deixado hoje no Parlamento pela federação intersindical Fiequimetal, afeta à CGTP. “Matosinhos não é uma refinaria só de combustíveis, é um complexo petroquímico com cinco fábricas”, começou por dizer o dirigente da Fiequimetal, Telmo Silva, alertando que Sines não vai conseguir dar resposta ao encerramento de Matosinhos.
O dirigente sindical deu o exemplo de três tipos de produtos que vão deixar de ser fabricados no país com o fecho da refinaria de Matosinhos: asfaltos para as estradas, óleos de base e lubrificantes e químicos aromáticos.
No caso dos asfaltos para a reparação de estradas, este responsável apontou que “amanhã quando quisermos reparar uma estrada em Portugal vamos ter de depender de importação”.
Depois, outro produto exclusivo de Matosinhos são os óleos de base e lubrificantes que “asseguram o fornecimento a toda a indústria nacional de transportes, máquinas de grandes dimensões, até aos motores de automóveis, passando pela indústria naval e aeronáutica”.
Em terceiro, destacou os aromáticos “uma variedade de químicos essenciais para alimentar o complexo químico de Estarreja e outras indústrias desde a farmacêutica à cosmética”.
“Todos estes produtos, alem de serem essenciais para diversas industriais nacionais e terem uma utilização extremamente diversificada, conferem ao país uma enorme capacidade exportadora contribuindo para a balança comercial com 480 milhões de euros em termos de exportações”, disse aos deputados da comissão de Ambiente e Energia.
“Com o possível encerramento de Matosinhos, o país deixará de exportar e passará a ter que importar tornando a frágil economia portuguesa ainda mais dependente do exterior”, alertou.
Além do mais, apontou que a refinaria é essencial para fornecer combustíveis e outros produtos para o terminal de cruzeiros de Leixões, o Porto de Leixões ou o aeroporto Francisco Sá Carneiro.
Com o encerramento da refinaria de Leça da Palmeira, estes produtos serão assegurados por petrolíferas estrangeiras como a Repsol, Cepsa ou BP, destacou.
Ao mesmo tempo, vai-se assistir a uma “diminuição drástica do processamento de crude em Portugal”, com o abastecimento a ser substituído por refinarias estrangeiras e “menos eficientes do que a do Porto”.
Na sua intervenção, também destacou que o “complexo petroquímico foi alvo de avultados investimentos nos últimos anos, ascendendo aos 823 milhões de euros”.
Em termos ambientais, destacou que a “concentração da produção em Sines” vai provocar uma “transferência de emissões” não havendo uma “redução de emissões” poluentes no país. “Não terá ganhos ambientais”.
“O combate às alterações climáticas tem de ser feito a uma escala mundial”, afirmou, sublinhando que o combustível no futuro vai passar a ser importado do “outro lado do mundo de países com metas climáticas menos exigentes”.
A Fiequimetal que o encerramento da refinaria de Matosinhos vai levar à destruição de um dos “maiores polos industriais do norte do país e a nível nacional. Deve ser assegurada a sua continuidade e os postos de trabalho” que permite “riqueza no país”.
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