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Política e poder. Os líderes que moldaram 2019

Pelos quatro cantos do mundo, o ano de 2019 ficou marcado por decisões políticas. As mais marcantes do último ano vieram da Nova Zelândia, França, Índia, China e Estados Unidos. Estes foram os líderes que protagonizaram esses momentos.
31 Dezembro 2019, 16h00

Pelos quatro cantos do mundo, o ano de 2019 ficou marcado por decisões políticas. As mais marcantes do último ano vieram da Nova Zelândia, França, Índia, China e Estados Unidos. Para a revista “Time”, destes cinco países destacaram-se seis líderes políticos que “influenciaram o mundo mais do que qualquer outro”.

Presidente da República Popular da China, Xi Jinping
Setenta anos volvidos desde a fundação do atual regime chinês, Xi Jinping garante que “ninguém pode impedir o povo chinês e a nação chinesa de seguir avante”. Ao longo dos últimos doze meses, a China enfrentou a guerra comercial espoletada pelos Estados Unidos e a pressão de Washington para diminuir a influência de empresas chinesas no mundo, é sobretudo o caso da Huawei. Dentro de portas, explodiu a contestação social na região administrativa especial chinesa de Hong Kong, com quase dois milhões de pessoas a exigir nas ruas mais autonomia para o microestado. Ainda assim, a estratégia de Xi Jinping em colocar o país no “centro do palco” não esmurece. Apesar das reticências, nenhum Estado nega o investimento chinês.

Presidente dos EUA, Donald Trump
Guerra Comercial, Huawei e Impeachment. Estas são as palavras-chave que marcam 2019 do presidente dos EUA. Pelo caminho, o inquilino da Casa Branca pisou território norte-coreano, aceitou reconhecer a soberania de Israel em todo o território, deslocalizando a embaixada dos EUA em Israel para Jerusalém e declarou os fluxos migratórios na fronteira com o México uma emergência nacional. Contudo, o prometido muro em 2016 ainda não foi erguido. O ano termina com Trump a enfrentar uma tentativa de destituição. O impeachment fora aprovado na Câmara dos Representantes e no início de 2020 será apreciado pelo Senado. Tudo pela alegada pressão sobre a Ucrânia para investigar os negócios do filho de Joe Biden, no país, sendo o antigo ‘vice’ de Obama um potencial candidato democrata à corrida da Casa Branca em 2020.

Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi
Após dois anos de domínio republicano na Câmara dos Representantes, que valeram quase um início de mandato tranquilo a Trump, eis que o Partido Democrata venceu as eleições intercalares e conquistou a presidência da câmara baixa do Congressso dos EUA. Nancy Pelosi é o rosto da contestação democrata a Trump. Foi ela que no final do ano anunciou a aprovação do Impeachment a Trump e o envio do dossiê para o Senado. Com Nancy Pelosi à frente da Câmara dos Representantes dos EUA, pela segunda vez, a história política norte-americana em 2019 teve outros contornos com o escrutínio a Trump a subir de tom.

Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi
O ano de 2019 foi o ano de consolidação do poder de Modi e segundo a “Time” “estabeleceu-o como o primeiro-ministro mais poderoso da sua geração”. Em maio, Narendra Modi voltou a ganhar as eleições, liderando o Partido Bharatiya Janata, que reforçou a sua influência num país multicultural onde os muçulmanos representam 14% da população. Modi continua a sua estratégia política de “exaltar o nacionalismo hindu, a política de identidade de uma maioria religiosa que existe há décadas”.

Primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern
Bastou um gesto perante a tragédia para que Jacinta Ardern saísse do anonimato da geopolítica mundial. O gesto foi simples: menos de 24 horas depois de um extremista de extrema-direita massacrar 50 muçulmanos em duas mesquitas em Christchurch, em março, a primeira-ministra da Nova Zelândia Jacinda Ardern vestiu um hijab preto para se encontrar com os membros da comunidade muçulmana. Ato foi um sinal de respeito e provocou uma onda empatia, tolerância e determinação no combate ao terrorismo e ao fundamentalismo religioso.

“O objetivo do terrorismo é assustar e dividir e assim, a primeira-ministra tranquuilizou e uniu”, lê-se na “Time”.

Presidente da República de França, Emmanuel Macron
Apesar da contestação interna cujo rosto visível em 2019 foi o movimento dos Coletes Amarelos e a recente onda de greves que dura no país desde 5 de dezembro (é a mais longa desde a greve de 29 dias entre dezembro de 1986 e janeiro de 1987), Macron emergiu como um líder político que tem a ambição de se assumir como o principal político europeu do seu tempo. A “Time” indica que o francês procura o papel que muitos atribuem a Angela Merkel.

Em 2019, o presidente francês aproveitou todas as questões internacionais para surgir como contrapeso da influência norte-americana e da crescente influência chinesa.

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